A propósito de Leitura, Escrita e Educação, a ministra e escritora falou essencialmente do Plano Nacional de Leitura, iniciativa do Governo de que foi comissária. “Na origem esteve a intenção de criar leitores” revelou Isabel Alçada referindo-se a este projecto que tem como objectivo central elevar os níveis de literacia dos portugueses e colocar o país a par dos nossos parceiros europeus. O Plano Nacional de Leitura é nítido no quadro educativo, associando educação e cultura, sob a máxima “cada leitor pode ser promotor de leitura”, afirmou a ministra. Quanto à orientação seguida pelo Plano, a escritora disse que foi para que houvesse um aconselhamento de leituras com total abertura, disponibilizando para o efeito conjuntos de listas de livros bastante amplas sugerindo que a leitura fosse feita em primeiro lugar na sala de aula. Deste modo, haveria maior equidade permitindo às crianças que não têm quem as incentive a ler um contacto mais próximo com o livro. “Colocando o livro na sala de aula, temos a certeza que ninguém escapa”, afirmou, acrescentando que “os livros têm de ser lidos na íntegra, de fio a pavio”.  A escritora considera que quanto mais cedo a leitura até ao fim, melhor para o desenvolvimento desta competência que se torna mais enriquecedora quanto maior a diversidade de leituras que conduz à multiplicação de experiências. Suscitar a leitura através da experimentação do prazer de ler é fundamental para Isabel Alçada que acha que o leitor tem que se sentir mergulhado na leitura e para tal revelou que procurou seguir uma via “capturar a atenção e o interesse do leitor desde o primeiro parágrafo e manter essa atenção e interesse garantindo que o livro seria lido até ao fim”.

 Isabel Alçada lembrou ainda que o Plano Nacional de Leitura surgiu a partir de um terreno sólido que são as bibliotecas, em primeiro lugar, as públicas que têm feito um trabalho muitíssimo importante e “são um equipamento estruturante na promoção das leitura e da escrita” e também as bibliotecas escolares, que através da Rede de Bibliotecas Escolares chega já a três mil escolas e que o governo pretende continuar a desenvolver alargando a escolas do 1º ciclo e jardins-de-infância dispondo este ano de 1,6 milhões de euros para o efeito.

Para expressar a preocupação sentida em identificar o que é mais apropriado para as crianças lerem, a ministra recorreu a uma passagem da obra Da Educação de Almeida Garrett em que o autor faz a seguinte recomendação de um livro a uma criança de dez anos, “deve ser um livro de história o primeiro que aos meninos se dê, uma história de factos singelamente contados em linguagem casta e fluente”.

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