José Carlos de Vasconcelos © Rui Sousa

© Rui Sousa

Nasceu em Freamunde, em 1940, mas sempre viveu na Póvoa de Varzim, onde fez a Escola e o Liceu, e muito cedo iniciou a actividade jornalística e cultural, designadamente dirigindo uma página literária em O Comércio, e publicando o primeiro livro de poemas, Canções para a Primavera (1960). Depois, estudou Direito em Coimbra, onde foi, bem como a nível nacional, destacado dirigente associativo, presidente da Assembleia Magna da Associação Académica, chefe de redacção da Via Latina e da Vértice, fundador e presidente do Círculo de Estudos Literários, actor do TEUC, etc.

Já licenciado, foi para a redacção do Diário de Lisboa, interveio activamente na vida sindical (além do mais como presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa) e, como advogado, na defesa de presos políticos e jornalistas. Fez numerosas sessões de leitura de poesia, em vários pontos do país, só ou ‘acompanhado’  por Carlos Paredes, como participou em sessões de Canto Livre com José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Francisco Fanhais e Manuel Freire, entre outros.

Após o 25 de Abril esteve na direcção do Diário de Notícias e da informação da RTP. Na RTP fez também, com Fernando Assis Pacheco, ainda em 1974, o primeiro programa literário, Escrever é Lutar, e foi, durante muitos anos, comentador político (na RTP-1 e na RTP-2) – tendo pertencido ainda ao seu Conselho de Opinião. Foi um dos fundadores de O Jornal (propriedade dos próprios jornalistas), seu director e director editorial do grupo, que criou várias outras publicações (Sete, Jornal da Educação, História, etc.), uma editora, a TSF/ Rádio Jornal, com uma cooperativa de profissionais de rádio, etc. Foi também fundador e director editorial da revista Visão, que substitui O Jornal, presidiu à assembleia geral do Sindicato e do Clube dos Jornalistas (e neste caso também à direcção).

Participou em numerosas iniciativas cívicas e integrou nomeadamente, após o 25 de Bril, a Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista, no âmbito da Presidência do Conselho de Ministros, e mais tarde o Conselho Geral da Fundação Calouste Gulbenkian – em ambos os casos até à sua extinção. Foi deputado e presidiu à Comissão Parlamentar Luso-Brasileira. Pertenceu à Comissão de Honra dos 500 Anos do Descobrimento Brasil.

Tendo criado, em 1981, o JLJornal de Letras, Artes e Ideias, é seu director desde o início; e também coordenador editorial da Visão e presidente do Conselho Geral do Sindicato de Jornalistas. Integra ainda o Conselho Geral da Universidade de Coimbra, o Conselho das Ordens Honoríficas Nacionais (no âmbito da Presidência da República) e o Conselho Consultivo do Instituto Camões. Tem dez títulos de poesia, dois livros infanto-juvenis e um livro sobre Lei de Imprensa. As suas últimas obras editadas são O Mar A Mar A Póvoa, com ilustrações de Júlio Resende (2001), Repórter do Coração, com uma pintura de Graça Morais (2004), Caçador de Pirilampos (2007), com ilustrações de Júlia Landolt, todas com a chancela da ASA; Florzinha, gota de águaArco, Barco, Berço, Versos (2010, Ed. Gradiva), e, acabado de editar, O sol das palavras (Ed. Modo de Ler).

Entre outras distinções foram-lhe atribuídos todos os prémios de carreira do jornalismo português: o do Clube Português de Imprensa; o da Casa de Imprensa; o de Manuel Pinto de Azevedo, da Fundação Século XXI/ O Primeiro de Janeiro; o Gazeta, Prestígio, do Clube de Jornalistas. E ainda, na sua 1ª edição, o Prémio Cultura, da Fundação Luso-Brasileira (para personalidades dos dois países); o Prémio Farnheit 451, da União dos Editores Portugueses; o Açor Reconhecimento, do III Encontro Internacional de Imprensa não Diária, nos Açores.