Manuel Rui © Rui Sousa

© Rui Sousa

Manuel Rui (Manuel Rui Alves Monteiro) nasceu em Nova-Lisboa, hoje Huambo, planalto central de Angola, em 1941.

Licenciou-se em direito na Universidade de Coimbra – Portugal, onde desenvolveu advocacia e foi membro fundador do Centro de Estudos Jurídicos.

Ainda em Coimbra, foi membro do Centro de Estudos Literários da Associação Académica de Coimbra, redactor da revista de cultura e arte Vértice e coordenador do suplemento literário Sintoma do Jornal do Centro. É co-fundador das edições “Mar além” onde se editou a Revista de cultura e literatura dos países de língua oficial portuguesa.

Tem colaboração dispersa em diversos jornais e revistas, Jornal de Angola (Jornal da Associação dos Naturais de Angola), O Planalto, Diário de Luanda, Revista Novembro, Jornal de Angola, Lavra & Oficina, Jango, Vértice, Jornal do Centro, Diário de Lisboa, República (Portugal), África (Portugal), Europeu (Portugal), Público (Portugal), Terceiro Mundo (Brasil), Jornal de Letras (Portugal), Mar além (Portugal), Semanário o Angolense, entre outras.

Figura em Antologias de ficção e poesia. É autor da letra do Hino Nacional de Angola e de outros hinos como o “Hino da Alfabetização”, “Hino da Agricultura” e a versão angolana da “Internacional”. Também é autor de canções com parcerias como Rui Mingas, André Mingas, Filipe Mukenga, Paulo de Carvalho e Carlos do Carmo (Portugal) e Martinho da Vila e Cláudio Jorge (Brasil), entre outros.

É membro fundador e subscreveu a proclamação da “União de Escritores Angolanos”, bem como da “União dos Artistas e Compositores Angolanos” e da “Sociedade de Autores Angolanos”.

Tem publicadas as seguintes obras:

POESIA: Poesia Sem Notícias (1967), A Onda (1973), 11 Poemas em Novembro – Ano Um (1976), primeiro livro de poesia publicado em Angola após Independência, 11 Poemas em Novembro – Ano Dois (1977), 11 Poemas em Novembro – Ano Três (1978), Agricultura (1978), 11 Poemas em Novembro – Ano Quatro (1979), 11 Poemas em Novembro Ano Cinco  (1980), 11 Poemas em Novembro – Ano seis (1981), 11 Poemas em Novembro – Ano sete (1984), Assalto, com desenhos de Henrique Arede – literatura  infantil com alguns poemas musicados e editados em disco (1980), Ombela,2007 (bilingue: português-umbundu), O Semba da Nova Ortografia (2010).

 FICÇÃO: Regresso Adiado (1973), Sim Camarada (1977) Nota: primeiro livro de ficção angolana publicado após a Independência, A Caixa (1977) – primeiro livro angolano de literatura infantil, Cinco Dias depois da Independência (1979), Memória de Mar (1980), Quem Me Dera Ser Onda – Prémio “Caminho Das Estrelas” 1980; adaptado para teatro em Moçambique, Portugal e Angola, também em televisão; um extracto integra a Antologia de textos para o ensino secundário na Suécia; incluído no Plano de Bibliotecas do Ministério da Educação para as escolas secundárias no Brasil, Crónica de um Mujimbo (1989), Um Morto & Os Vivos (1993) – adaptado para uma série na Televisão Pública de Angola (O Comba), Rioseco (1997), Da Palma da Mão (1998), Saxofone e Metáfora (2001), Um Anel Na Areia (2002), Nos Brilhos (2002), Maninhacrónicas, cartas optimistas e sentimentais (2002), Conchas e Búzios – infanto-juvenil com ilustrações do moçambicano Malangatana Valente (2003), O Manequim e o Piano (2005), Estórias de Conversa (2006), A Casa do Rio (2007), Janela De Sónia (2009).

Os seus textos estão traduzidos para umbundu, espanhol, francês, inglês, italiano, checo, servo-croata, romeno, russo, alemão, árabe, sueco, finlandês, hebraico e mandarim. Renunciou ao prémio nacional de cultura na disciplina de literatura. Escreveu, ensaiou e pôs em cena duas peças de teatro, respectivamente, “O Espantalho” (de inspiração na tradição oral e representado por trabalhadores da construção civil da cidade do Lubango) e “Meninos do Huambo” (representado por crianças e imediatamente impedida de divulgação após a sua antestreia gravada para a televisão). Participou, com declamação de poemas, no filme de António Ole “O Caminho das Estrelas” e com texto e dicção nos filmes de Orlando Fortunato, “Memória de Um Dia”, “Kianda” e nos diálogos de “Combóio da Kanhoca”.

Desenvolve também a actividade de crítica, ensaio e crónica. Tem participado em inúmeros eventos como conferências, colóquios e similares.