Foi com duplo prazer que Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal, recebeu Alberto Santos, escritor, advogado e Presidente da Câmara Municipal de Penafiel, referindo que “tal como eu interrompeu a sua profissão para se dedicar à causa pública e temos outro aspecto comum que é o gosto pela História e, mais concretamente pela história da Península Ibérica”. Sobre o livro, Macedo Vieira afirmou que tem um início forte, de grande impacto e que se trata de um romance histórico rigoroso que retrata o conflito religioso vivido no mundo islâmico.

Com A Escrava de Córdova, Alberto Santos confessou que “espero o encontro dos três e’s: entreter, ensinar e emocionar”, pois o autor considera que devemos saber mais depois de ler o livro do que aquilo que sabíamos, adquirimos mais força e aumentamos a nossa mundividência para além de que se um livro não conseguir emocionar falta qualquer coisa, “um livro tem que provocar emoções”, acrescentou.

O autor revelou que “esta história ajuda a compreender o tempo embrionário de Portugal e Espanha” e por isso ele pretendeu voltar um milénio atrás para perceber quem eram os fundadores da nossa nação, justificando que tal se deve ao facto de ser cidadão português e daquela região, em concreto. Alberto Santos falou ainda da preocupação que teve em criar uma simbiose de personagens reais e fictícias para interpretar o espírito de um tempo, o que foi um “exercício bastante difícil dada a grande distância temporal a que se encontra”, confessou, referindo que a narrativa tem início em 977, altura em que a civilização mais avançada da Europa e do mundo estava em Córdova.

Alberto Santos mencionou três viagens em A Escrava de Córdova, uma viagem geográfica que ajuda a compreender os cheiros e sabores da cultura árabe; uma viagem interior das personagens quando vão conhecendo o outro, cristão conhece muçulmano, e a viagem do autor para conhecimento da época. O autor referiu ainda que há uma história de fundo, de 26 anos, desde o nascimento das duas personagens Ouroana e Abdus até à descoberta do seu destino. “Surgem várias histórias que se entretecem entre si, sendo que a mensagem principal da obra é a eterna conflitualidade entre as diferentes religiões”, revelou Alberto Santos.

Relativamente à actualidade do romance, o escritor referiu que “para além do contributo para a compreensão do que somos, a obra reflecte algumas tendências fundamentalistas da civilização árabe que pretende reconquistar todos os territórios que alguma vez estiveram sob ocupação muçulmana e foi no território peninsular que esta civilização atingiu o seu auge.”

livros infantis
João Manuel Ribeiro, Manuela Ribeiro, Alexandra Pinheiro e Sandra Nascimento

Na sexta-feira, 14 de Agosto, a Editora Trinta por uma Linha marcou presença no recinto da Feira do Livro para a apresentação de algumas das suas publicações, com destaque para a obra Emília e o Chá de Tília, de Alexandra Pinheiro, contando com a presença da autora e da ilustradora, Sandra Nascimento. Alexandra Pinheiro partilhou com o público a história do seu livro, inteiramente dedicada aos mais novos, transportando-os para o mundo da fantasia que está espelhado nos desenhos realizados por Sandra Nascimento que disse que “dada a riqueza dos detalhes do texto não foi difícil ilustrá-lo”, reflectindo-se entre texto e imagem a cumplicidade que existe entre a autora e a ilustradora.

A sessão contou ainda com a presença de João Manuel Ribeiro, da editora Trinta por uma Linha, que também apresentou os seus Poemas para Brincalhar. Recentemente, o escritor tem-se dedicado à escrita para crianças, acompanhando tal processo com um trabalho de dinamização da literatura em Escolas Básicas do 1.º Ciclo e colégios, quer através de oficinas de escrita criativa, quer através de encontros onde diz poesia. Para crianças publicou: Estrela e Príncipe da Paz (2005), O Encanta Pardais Voador (2006), O Natal do Ratinho Daniel e outros versos (2006), Rondel de Rimas para Meninos e Meninas (2008), A Menina das Rosas (2008), (Im)Provérbios (2008), Poemas da Bicharada (2008), Um, dois, três – Um mês de cada vez(2008).  Publicou ainda os seguintes livros de poesia: Regras do mel e da flor (2002), Amores quase perfeitos e outras arritmias (2002), Livro de Explicações (2003), A circulação precoce dos relâmpagos (2007).

Cinema Garrett, Meu Fito, Meu Feito, ambos de Vergílio Alberto Vieira e O Pastor de Ventos, de António Cabrita foram outros dos títulos trazidos pela editora dedicada exclusivamente à literatura infantil.