A investigadora foi aluna da Escola Eça de Queirós durante sete anos e conta que “jamais pensaria em recusar o convite de escrever uma monografia sobre esta instituição” acrescentando que este não é um trabalho do ponto de vista de um historiador, mas sim “um trabalho que pretende contribuir para o auto-conhecimento desta organização educativa”. Leonor Lima Torres explica que tentou transmitir para o livro, essencialmente, o espírito vivido ao longo destes 100 anos, repletos de experiências boas e más, estudando as direcções executivas da escola, alguns professores e alunos, a relação com a imprensa e com a comunidade. A professora universitária desafia, ainda, os professores mais antigos do Liceu a fazerem-lhe chegar possíveis incorrecções ou lacunas, confessando estar disposta a escrever um segundo volume.

O vereador do Pelouro da Cultura e da Educação, presente nesta noite, relembrou quando leccionava nessa escola e, por alturas do Verão, “quando os horários estavam a ser preparados”, passava nos corredores vazios e estranhava a falta do riso e do movimento dos jovens, concluindo que “as paredes de uma casa são importantes, mas a família que lá vive é que faz a sua história”. O sucesso do Liceu é, para Luís Diamantino, “o somatório de muita alegria e muitas lágrimas, já que foram milhares de pessoas, professores, funcionários e alunos, que passaram por aqui”. Na apresentação do 12º livro Na linha do horizonte – Biblioteca poveira, o vereador recordou Manuel Lopes, falecido em Agosto, também ele dinamizador das edições municipais.

monografia liceu

Licínio Lima, professor universitário e orientador das teses de mestrado e doutoramento de Leonor Lima Torres, lembrou a relevância deste tipo de obra, que diz respeito a toda a comunidade e, principalmente, sublinhou a importância de o ter sido realizado por uma investigadora no campo da sociologia das organizações educativas e não por um historiador.

José Eduardo Lemos, presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Eça de Queirós, agradeceu à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim a edição desta obra que partilha com quem a lê a história das suas instalações, funcionários, etc.

No Liceu irão ficar 100 exemplares desta obra e será distribuída por todas as escolas superiores de educação. Luís Diamantino explicou que “é mais significativo para a Câmara Municipal oferecer um livro do que uma salva de prata”.