Sob a moderação de Diana Bouça-Nova, Luís Sousa, Gestor Adjunto do Programa Mar 2030, Filipe Sampaio Rodrigues, Diretor do Conselho Consultivo da Associação de Jovens Agricultores de Portugal, e Rosa Moreira, Organizações em Transição – Centro do Clima da Póvoa de Varzim, abordaram os desafios e oportunidades enfrentados pelos setores da agricultura e pesca, destacando a importância do desenvolvimento sustentável.  

Luís Sousa apresentou o Programa Mar 2030 financiado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEAMPA), instrumentos essenciais para permitir a pesca sustentável e a conservação dos recursos biológicos marinhos, para a segurança alimentar graças ao abastecimento em produtos do mar, para o crescimento de uma economia azul sustentável e para mares e oceanos sãos, seguros, limpos e geridos de forma sustentável. Em suma, tornar a pesca um setor mais competitivo, mais resiliente e mais sustentável.

“São 540 milhões de euros de oportunidades”, revelou Luís Sousa destacando a necessidade de promover a comercialização a qualidade e o valor acrescentado dos produtos da pesca e da aquicultura, bem como difundir a notoriedade do pescado nacional a exportar com o apoio das comunidades portuguesas no mundo, sendo que Portugal é responsável por cerca de 3% das capturas totais de pescado da EU. Cerca de 78% das exportações nacionais têm como destino o mercado europeu.

Atrair os jovens com mais know how para a agricultura e pesca é algo que os palestrantes consideram fundamental para o crescimento sustentável do setor: capacitação; criação de postos de trabalho; valorização da atividade e implementação da própria empresa são alguns dos investimentos necessários.

Numa intervenção marcada pelo otimismo, Filipe Sampaio Rodrigues disse que “ninguém no mundo está a fazer tanto como nós a nível ambiental” e sem descurar a sustentabilidade alertou que também “é importante manter as balanças comerciais equilibradas” e, por isso, “temos vindo a procurar ser especialistas na produção de alguns alimentos”.

Para o Diretor da Associação de Jovens Agricultores de Portugal, a demografia (idade média do agricultor, 67 anos), o território (agricultura é coesão territorial) e a má distribuição da água no tempo e no espaço são os principais problemas do setor.

Rosa Moreira explicou de que forma o Centro do Clima, nomeadamente através do projeto Organizações em Transição, pretende “transformar a economia a partir da comunidade”. Neste sentido, há uma aposta na transição na agricultura poveira através da criação de um plano com a Horpozim que, entre outras medidas, aposte em práticas agrícolas sustentáveis que incidam na diversificação de culturas; culturas adaptadas ao clima e gestão sustentável da água. Revelou ainda que está a ser preparado o Plano Municipal de Ação Climática.

Após o debate, o Congresso ofereceu aos participantes uma sessão de maior fruição, com uma experiência de gastronomia, vinho e música, com o Chefe Pedro Torres, do Grupo Restaurantes Élebê, e Ricardo Rodrigues, ao saxofone, como artista convidado.

Consulte o programa completo do Congresso Empresarial da Póvoa de Varzim aqui.