Foi assinado, esta tarde, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o Acordo de Parceria para a criação do Centro do Clima da Póvoa de Varzim. Além do Município da Póvoa de Varzim, representado pelo seu Presidente, colaboram neste projeto a Associação Biopolis, representada por Luís Folhadela, e a Junta de Freguesia de Rates, vila onde ficará instalado o Centro do Clima a partir da qual servirá todo o concelho, representada pelo Presidente Paulo João Silva.
No seu discurso, Aires Pereira manifestou a intenção de fazer diferente, “responder ao desafio dos jovens e deixar o «bla bla bla»” através da “criação de um Centro do Clima, com autonomia, equipa própria, instalações próprias, base científica e foco na ação e não no discurso; investir no «saber-fazer», assumindo simultaneamente a responsabilidade de reduzir emissões e de nos adaptarmos à mudança climática”. Segundo o próprio, é urgente combater a falta de esperança e apatia dos mais novos: “é pelos jovens e pelas próximas gerações que lançamos esta iniciativa, assumindo a responsabilidade que nos cabe. Chegou a hora de fazer a mudança”.
O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim constatou que “nunca antes foi criada ao nível da administração pública uma instituição destinada única e exclusivamente para lidar com o desafio das alterações climáticas”. Por isso, numa lógica de relação com o poder local, Aires Pereira espera que o Centro do Clima seja pioneiro ao conseguir alterar o quadro de consciência da comunidade e aumentar a formação das equipas técnicas da autarquia que participam na avaliação dos projetos municipais. “Temos de discutir mais cada projeto. Muitas destas intervenções no território têm um efeito ao longo de décadas, e não podemos correr o risco de repetir erros passados. Temos de utilizar mais a natureza a nosso favor e agir menos contra ela”.
Neste sentido, o Centro do Clima através do estabelecimento de parcerias e projetos próprios com aplicação prática no território irá atuar, à luz dos objetivos do Plano de Ação para a Sustentabilidade Energética e Climática do Município, nas seguintes áreas: Ar (monitorização e implementação de projetos de promovam a redução das emissões de gases com efeito de estufa), Água (regeneração da rede hidrográfica, dos aquíferos e dos ecossistemas costeiros), Terra (promoção de práticas que promovam a fertilidade dos solos e a biodiversidade) e Fogo (catalisador de ações que promovam a redução dos consumos energéticos e materiais e implementação de ações e projetos que promovam a exploração dos recursos renováveis).
A cerimónia de hoje contou, ainda, com a participação de duas entidades que assinaram Carta de Endosso que formaliza o apoio destas duas instituições à criação do Centro do Clima, comprometendo-se a fomentar a sua dinamização através da divulgação e participação em iniciativas futuras – a Casa Comum da Humanidade, representada pela Presidente Sara Moreno Pires, e a Transition Network, representada pela Co-líder e representante da Transição Portugal, Filipa Pimentel.
Mais do que um ponto no mapa, a Póvoa de Varzim é o ponto de partida para a ação climática. Uma cidade que está no centro da mudança. Essa mudança pode começar já amanhã, assistindo, às 21h00, no Cine-Teatro Garrett, à estreia nacional do documentário ALTER NATIVAS. A entrada é livre e após a exibição do documentário haverá um momento de perguntas e respostas, aberto a todos os interessados, com a participação do realizador Juan del Río e do jornalista Abel Coentrão.
