No passado dia 21 de maio, um grupo de moradoras do Agrupamento Habitacional Alberto Sampaio participou num encontro que vai muito além do simples ato de fazer crochet.
A atividade, carinhosamente apelidada de “Entre Agulhas e Afetos”, revelou-se uma poderosa ferramenta de partilha, prevenção do isolamento social e promoção da coesão comunitária. Esta foi uma das primeiras sessões desta ação, que contempla um conjunto de sessões.
Entre novelos de lã e pontos bem alinhados, surgem conversas, sorrisos e histórias de vida. O crochet, aqui, serve como ponto de partida para algo maior: a criação de laços afetivos entre vizinhas que, muitas vezes, se cruzavam sem se conhecerem verdadeiramente. “É mais do que fazer crochet. É ter com quem falar, partilhar alegrias e até tristezas. Estamos a pensar em criar um clube de crochet, aqui no bairro.”, partilhou uma das participantes. O ambiente é descontraído e acolhedor, proporcionando um espaço seguro onde todas se sentem ouvidas e valorizadas.
A iniciativa, integrada no projeto É Bom Viver no Bairro, visa combater o isolamento, especialmente entre a população sénior, e fomentar redes de entreajuda que contribuam para uma comunidade mais unida e solidária.
“Entre Agulhas e Afetos” é um exemplo inspirador de como pequenas ações podem ter grande impacto na vida das pessoas. Como gesto final de solidariedade, será doada ao Serviço de Pediatria e Neonatologia da ULS da Póvoa de Varzim e Vila do Conde uma manta confecionada coletivamente pelas participantes, simbolizando o cuidado e o afeto existentes ao longo da atividade.
O projeto É Bom Viver no Bairro, integrado no Plano de Ação das Operações Integradas dos Territórios de Intervenção (PAOITI) e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), visa promover a melhoria da qualidade de vida dos moradores dos seis agrupamentos habitacionais (Alberto Sampaio, Incons, Urbanização das Cardosas, Soares da Costa, Silveira Campos, Loteamento Sousa) e dos dois bairros históricos do concelho. Reveste-se de um caráter material através da requalificação dos espaços públicos do Bairro dos Pescadores e do Bairro de Nova Sintra e, de um caráter imaterial, no âmbito da intervenção psicossocial que pretende ser indutora da inclusão, participação e integração social e contribuir para a promoção de estilos de vida saudáveis.

