Ontem à noite, 5 de Agosto, Pedro Pinto, Rosa Alice Branco, Vergílio Alberto Vieira e Aurelino Costa foram os convidados para uma tertúlia A-ler-o-mar, subordinada ao tema “Eu sou os meus livros” e moderada por Paulo Moreira.

Rosa Alice Branco referiu que “sou os meus livros enquanto leitora e não como escritora”. Na sua opinião, só o processo de escrita, o momento em que é absorvida pelo que está a escrever é que lhe permite sentir que é os seus livros. Para Rosa Alice Branco, não é possível ler algo que nos toque sem que a realidade à nossa volta não mude, “nós somos os livros que estamos a ler” e através da leitura a percepção do mundo é alterada.

Enquanto leitor, Vergílio Alberto Vieira considera que “os livros são a irmã que eu nunca tive” e como escritor “sou os meus livros”. Para o autor de poesia, romance e texto dramático, a criação literária é muito autobiográfica e qualquer que seja a modalidade de escrita, há uma memória profunda que é evocada. “A escrita é como uma onda que se desfaz e logo a seguir se refaz”, afirmou Vergílio Alberto Vieira que completou o 45º título para a infância, apesar de só 30 estarem publicados. Após cinco anos de dedicação, o escritor vê agora concluída uma peça de teatro que remonta ao século IV d.C. e em breve será levada a cena. Apesar da sua vasta experiência como autor, confessou que para o trabalho do escritor ter continuidade “precisamos de estímulos e sentimos necessidade que o editor acredite em nós”.

Pedro Pinto foi unânime com Vergílio Alberto Vieira ao considerar que convicção, teimosia e persistência são as palavras-chave para o escritor pois “escrever um livro é sobretudo um acto de disciplina muito férrea” e no processo de escrita há “momentos de exaltação e outros de profundo desespero”. O jornalista e autor do romance O Último Bandeirante disse que “somos sempre um pouco daquilo que colocamos no livro”, ou seja, “há sempre um pouco de nós naquilo que escrevemos”. O escritor, que revelou o lançamento de novo livro em breve, considera que “somos nós que nos dividimos pelas diversas personagens e através delas conseguimos viver histórias que nunca tivemos coragem de viver”.

Para Aurelino Costa, a identidade do autor está na sua obra e “enquanto trabalhamos sobre as palavras dá-se a passagem a um outro”. O poeta e diseur poveiro deu a conhecer o seu último trabalho, declamando um dos poemas de Miguel Torga que faz parte do cd editado com voz de Aurelino Costa e piano de António Victorino D’Almeida.

Hoje, dia 6, sexta-feira, às 22h00, serão apresentados dois livros da autoria de Manuel Araújo da Cunha Ninfas do Douro e Douro Lindo, das Edições Ecopy.

Douro Lindo é uma obra composta por doze contos, ao longo dos quais encontramos, sempre, um rio. Um rio que ascende ao plano do sagrado e em torno do qual tudo se passa. Concentrando em si a magia, as lendas, as dores, as mágoas e os amores, este rio não se compadece e corre rumo ao seu destino como correm os anos pelo Labaredas que guarda na memória os bailes e as modinhas de outrora.

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A Ninfa do Douro, mais do que um livro, é um rio e uma região. Pelas mãos do autor, embarcamos num navio e, navegando em águas tranquilas, percorremos o rio Douro desde a cidade do Porto a Barca d`Alva numa viagem de sonho, descobrindo a magia e o deslumbramento da paisagem. O fado, o destino de cada um, pode, quando menos se espera, alterar todo o processo de vida e fazer‑nos perder tudo, obrigando‑nos a regressar às origens e a voltar a percorrer os caminhos interrompidos da nossa meninice.

Sábado à noite, 7, às 22h00, a Associação Cultural e Recreativa da Matriz (ACR Matriz), através do Rancho Tricanas do Cidral, organiza o Festival do Emigrante, um espectáculo de folclore que vai decorrer no Palco do Passeio Alegre.

A apresentação do livro Contos Infantis Ilustrados, que estava prevista realizar-se no dia 7, às 18h30, foi adiada para data a anunciar brevemente.

No dia 8, domingo, às 22h00, a animação da Feira estará a cargo do Grupo Musivida, que dará um concerto.

A Feira do Livro decorre até 15 de Agosto e está aberta de domingo a quinta-feira das 16h00 às 24h00 e às sextas e sábados das 16h00 à 1h00. No seu último dia, 15 de Agosto e feriado em honra de Nossa Senhora da Assunção, a Feira está aberta das 14h00 às 24h00.

No portal municipal, pode consultar o programa de animação da Feira.