Pedro Teixeira Neves afirmou que enquanto escritor não podia admitir que as palavras tivessem limites, no entanto, achava que havia momentos em que tinham, ou seja, o escritor e jornalista considera que quando escreve poesia, os limites em termos de liberdade de expressão são mais apertados do que no romance. “Hoje, sem limites, posso dizer aquilo que me apetece como escritor. Mas houve momentos da nossa História em que isso não aconteceu” disse Pedro Neves referindo-se ao tempo da ditadura. O jornalista revelou que escreve para expressar sentimentos, emoções e partilhar histórias divulgando que o gosto pela escrita surgiu-lhe muito cedo talvez pelo facto de viver numa casa repleta de livros. E questionado sobre o livro que mais gostou de escrever Pedro Neves respondeu “De todos” comparando à relação que se tem com os filhos, “gostamos de todos da mesma maneira”.

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Apesar de os dois jornalistas partilharem a ideia de que é difícil ser escritor em Portugal, “Nós publicamos porque gostamos das palavras e do livro como objecto mas é impossível viver dos livros em Portugal, temos que ter outra profissão”, é também comum a Filipa Leal e Pedro Neves a opinião de que escrever é uma realização pessoal, “É aquilo que queremos fazer mais do que tudo o resto”, confessaram. “Desistir de escrever, nunca. Desistir de publicar, talvez” acrescentou Pedro Neves para quem escrever é sinónimo de respirar.

Já Filipa Leal identificou escrever com voar e revelou que aos onze anos escreveu o primeiro poema num caderno que ainda guarda, referindo-se à escrita como algo que acontece, “como a chuva”. Quanto ao “limite das palavras”, a escritora acredita que não há limite para a palavras se não houver limite para a imaginação” e deixou o apelo à imaginação dos mais novos, “Por favor, quando lerem tentem ser livres e ver o que vos apetecer”.