Póvoa de Varzim, 04.04.2011 - A emoção tomou conta de todos aqueles que se deslocaram ao Diana Bar para prestar homenagem a Neca Vasconcelos.
As
palavras de Luís Diamantino, vereador do Pelouro da Cultura, a comoção dos dois
filhos presentes, a leitura de poemas da sua autoria, ditos pelo Gonçalo e pelo
Martim, seus netos, e pela amiga, Albina Dias, tornaram a tarde de sábado
especial. Afinal, a apresentação de Poesia
ao Acaso, o último livro de Neca Vasconcelos, tornou-se num tributo ao
escritor poveiro.
Luís
Diamantino recordou que “este mês, no dia 27, Neca Vasconcelos faria 86 anos.
Ainda me lembro quando me falou que estava a seleccionar os poemas para mais um
livro, sim, porque ele criava poesia como quem respira, ele precisava da poesia
para se manter com a vitalidade interior que lhe conhecíamos”. Sobre o livro, o
autarca comentou que “é uma colectânea de poemas que fala do mar, do sol, do
céu azul e do quotidiano da nossa terra. Disse-me ele que a palavra Acaso surgiu pela impossibilidade
natural de uma escolha criteriosa dos poemas e que o problema tinha sido
resolvido quase por acaso”. Lendo frases de poemas desta obra, Luís Diamantino
comprovou que o autor era um apaixonado pela Póvoa de Varzim: “Ele viveu na
Póvoa e para a Póvoa, enamorou-se pela poesia e foi pela poesia que conseguiu a
imortalidade, daqui a muitos anos ele será lembrado e conhecido pelo testemunho
poético que transmitiu à comunidade”.
No
prefácio da obra pode ler-se: “Como já vem sendo costume, este livro – Poesia ao Acaso – é inspirado nesta
linda terra que é a Póvoa de Varzim. E no seu mar, no seu sol, no céu azul, bem
como no quotidiano da vida. Estes são os temas escolhidos e que preenchem estas
páginas. Poesia ao Acaso é, assim, mais um livro que vos deixo, cheio de poemas
que ao acaso decidi juntar. Poesia simples, como tem sido até aqui, para
partilhar e ser vivida por todos nós”.
Deixamos,
pois, um dos poemas que Neca Vasconcelos escreveu e que demonstram a sua paixão
pelo concelho:
Poema à minha terra
A minha
terra é a mais linda
De
quantas terras eu tenho visto
Dotada
de beleza infinda
De a
querer versar – Não desisto!
Óh
quanta gente lhe faz visita
Porque,
da Póvoa, muito gosta
Há quem
dela não tire a vista
E na sua
beleza: Aposta!
Chega
Agosto – Um mard e gente
Te
deseja ver, minha Cidade
E com sorrisos
de contente
Partem
de ti – Mar com saudades
A minha
terra, por ser tão linda
Já lhe
chama a Póvoa do Mar
A sua
agitação só finda
Quando
ela pensa em descansar
Esta
terra, a vejo assim
E pelos
seus filhos é querida
Tem por
nome: Póvoa de Varzim
Esta
cidade – cheia de vida
Quando
eu digo que sou poveiro
Sinto
ganhar timbre a minha voz
Também
nasci, no Bairro Primeiro
Como fizera Eça de Queirós.