Na passada sexta-feira à noite, realizou-se, n’A Filantrópica, um debate sobre “A placa toponímica como símbolo identitário”.
Esta foi mais uma entre as diversas atividades que a Cooperativa de Cultura promove com o objetivo de preservar a história e divulgar o património poveiro.
O Vice-Presidente da Câmara e Presidente da Comissão Toponímica, Luís Diamantino, e Fernando Gonçalves, artista plástico e autor das placas, foram os convidados da iniciativa moderada por Tomás Postiga, jornalista, Diretor do Jornal “A Voz da Póvoa”.
Com sala cheia, o evento contou também com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira.
Luís Diamantino revelou que “a lei exige que seja a Câmara Municipal a aprovar o nome das ruas” enumerando alguns dos critérios que a Comissão Toponímica tem em conta na atribuição dos nomes, nomeadamente, que “o nome de pessoas em vida não podem ser atribuídos; só depois de mortos”.
A Comissão procura ainda, “tanto quanto possível, evitar que, na mesma freguesia, se dupliquem designações”.
O Presidente da Comissão esclareceu que a mesma era constituída por Manuel Costa, Diretor da Biblioteca Municipal, Manuel Rocha, Diretor do Departamento de Obras e Ambiente, um topógrafo, um membro representativo de cada freguesia e, eventualmente, mais alguém que considerem importante para a atribuição em questão.
Em relação à alteração de nomes de ruas, Luís Diamantino transmitiu que tal só aconteceu duas vezes: Rua Ezequiel de Campos, que considera “a maior personalidade desde sempre na Póvoa de Varzim” e a Rua Manuel Lopes (antiga Rua Padre Afonso Soares). Sobre esta última, o autarca explicou que “aquela rua tinha que ter o nome dele. A Biblioteca foi a casa do Manuel Lopes. Ele foi, ou melhor, é um grande homem da Póvoa de Varzim”.
O Vice-Presidente referiu que “a placa toponímica é um documento porque além do nome da rua contém uma imagem associada ao nome, datas, função, e ainda nome antigo da rua”.
O artista plástico Fernando Gonçalves, mais conhecido como Nando pela forma como assina os seus trabalhos, revelou que na conceção das placas toponímicas teve duas preocupações fundamentais: a legibilidade e durabilidade. Neste sentido, explicou que são feitas em “alumínio lacado com três mãos de vidro acrílico, que confere a durabilidade. A letra deve ser gorda e cheia para não haver perda de informação”.
O artista, que revelou que “o caráter criativo está cá dentro há 76 anos”, já produziu, até momento, 326 placas toponímicas que podem ser apreciadas em 154 ruas da Póvoa de Varzim.
A sessão serviu ainda para a apresentação pública das placas toponímicas em miniatura. A sua comercialização, em exclusividade, visa, para além da divulgação do nosso património, obtenção de receita para a Cooperativa A Filantrópica.