A inauguração teve lugar ao final da tarde de ontem e contou com a presença de José Macedo Vieira e Lucinda Delgado, Presidente e Vereadora do Turismo da Câmara Municipal, e da D.ª Fernanda, poveira residente no Brasil.

O autarca poveiro referiu-se ao património construído e aos investimentos feitos pelos poveiros no Brasil, sendo que este foi alvo de um grande surto migratório da comunidade piscatória poveira, nos finais do século XIX.

José Macedo Vieira fez ainda questão de transmitir que sempre foi muito bem recebido no Brasil.

Lucinda Delgado explicou a exposição era “uma forma de enaltecer aquilo que os poveiros emigrantes no Brasil fizeram e reconhecer o seu trabalho. No fundo, foram para o Brasil à procura de uma vida melhor mas também não se esqueceram da Póvoa e muitos contribuíram para instituições locais e alguns monumentos que temos”, recordou.

A autarca referiu-se à presença da D.ª Fernanda, conhecida pela “poveira”, que recebeu uma pequena homenagem em nome de todos os poveiros que estiveram no Brasil, quer em São Paulo quer no Rio de Janeiro.

A Vereadora do Turismo esclareceu que a exposição decorre no período das Festas de S. Pedro porque “sabemos que há muitos brasileiros que veem à Póvoa nesta altura”.

D.ª Fernanda, poveira há 51 anos no Brasil, contou que, desde 1985, vem todos os anos à Póvoa de Varzim. Em representação de tantos quantos também partiram em busca de melhores condições de vida, falou um pouco da sua experiência no Brasil e eterna ligação à Póvoa.

Inserida no programa de S. Pedro, esta exposição pretende demonstrar a extrema importância da emigração poveira para o Brasil nos séculos XVIII e XIX. O naufrágio de 27 de Fevereiro de 1892, no qual pereceram 105 pescadores significou um grande abalo para a economia das famílias poveiras. Embora há muito houvesse emigração para o Brasil, mais episódica, os primeiros grupos de pescadores que tentaram a pesca na grande baía de Guanabara formaram, no Rio de Janeiro, o mais forte e mais próspero núcleo de poveiros em terras do Brasil. No entanto, esta exposição revela que os poveiros emigrados não se esqueciam da sua terra natal, regressando periodicamente ou mesmo definitivamente. Muitos beneméritos do Hospital ou da Santa Casa da Misericórdia foram emigrantes no Brasil e nesta mostra estarão patentes imagens destas individualidades que, depois de enriquecerem no outro lado do oceano, retornaram à Póvoa de Varzim.

Elementos que mostram esse apego ao berço, nomeadamente através de ex-votos, bem como roupas de tecidos de qualidade como a seda ou os tão conhecidos fatos brancos e chapéus de palha, também constam desta nova exposição no Posto de Turismo.

Veja algumas das imagens que marcaram este momento: