Referindo-se à escrita de José Ventura, acrescentou que a sua obra é
um acto criativo, um processo de infinidade. O acto criativo, para o ser, tem
que ter em conta uma linguagem de estilo para não repetir o já produzido. O
mínimo é o processo alquímico, aquele onde se encontram os resíduos da não
repetição e José Ventura urge, finalmente, descobrir o escritor na alteridade.

Já Rui Baptista, amigo do escritor que fez
uma análise literária da sua obra, referiu que este terceiro livro, agora
publicado, “demonstra maior maturidade literária do que os anteriores. É um
singular romance policial, uma história que se plasma em três, dividida em 23
capítulos, que nos fazem viajar por vários locais sem sairmos do mesmo lugar
físico.” José Ventura constrói o universo do seu romance num espectro familiar
de cores, espaços e sons numa história de relatos. A sensualidade da sua escrita é transmitida pelo
realismo fantástico que lhe está subjacente. O autor é parco em palavras sobre
o que é escrito e não é dito, “não quis ou não pôde explicar que a música é
para ele algo de muito íntimo”, concluiu Rui Baptista.

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O autor encerrou a sessão de apresentação
do seu livro O Funâmbulo Sonâmbulo,
parafraseando Marguerite Duras “Escrever é também não falar”, não falou sobre a
obra, simplesmente remeteu o público para a sua leitura. José Maria Ventura
nasceu a 02 de Outubro de 1947, em Condeixa-a-Nova (distrito de Coimbra) e tem
vivido quase sempre na Póvoa de Varzim, com um interregno de 1969 a 1975,
período em que residiu e trabalhou em Paris. Licenciado em Filosofia pela
Universidade do Porto, dedicou-se ao ensino e lecciona actualmente na Escola
Secundária Rocha Peixoto, na Póvoa de Varzim. Em 1984 publica o seu primeiro
romance, Onde Ariane, obra
recomendada para publicação pelo júri do Prémio Literário Círculo de Leitores.  Passados três anos, o mistério e a aventura
dão forma a mais um livro deste autor, A
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