Durante
todo o dia, naquele estabelecimento de ensino, os alunos ouviram a história do
Crisóstomo, do Camilo, da Isaura, do Antonino e da Matilde, e tiveram a
oportunidade de conhecer o escritor ao final da tarde, já na Biblioteca
Municipal. O jornalista da TSF João Paulo Meneses conversou com Valter Hugo
Mãe, que contou já ter chorado com leitores que o abordam na rua: “as pessoas
vêm ter comigo emocionadas com alguma personagem ou passagem de determinado
livro e eu acabo por me emocionar com elas”. A sua mediatização não lhe trouxe
dissabores, “apenas não consigo trabalhar em casa sem ser interrompido duas ou
três vezes. As pessoas trazem-me sardinhas, não sei porquê. Podiam trazer-me
outros peixes, mas são sempre sardinhas”. Quanto ao processo criativo, Valter
Hugo Mãe diz ser “preguiçoso, trapalhão e desorganizado”. Confessa conseguir
trabalhar durante 17 horas seguidas e ficar muito irritado quando o solicitam
para alguma coisa: “quando estou a escrever um romance, nada me parece tão
importante como aquilo. Durante aqueles meses vivo aquelas personagens, aquelas
histórias. Mas, sei que há muitas coisas muito mais indispensáveis que a arte.
Se me dissessem que eu tinha que queimar a Mona Lisa para um filho meu viver,
queimava-a logo sem pestanejar”.

Depois
desta conversa, o escritor de Vila do Conde viu a recriação de uma das cenas do
livro O filho de mil homens, com Crisóstomo, Camilo e Isaura, e a exposição “Ilustrações
da obra”, pelos alunos 12º ano de Desenho e Multimédia da Escola Secundária
Eça de Queirós.

Com a organização da “Leitura Non Stop”
pretendeu-se dar a conhecer a toda a comunidade a brilhante obra deste jovem
autor de renome internacional.