O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, transmitiu que “o “Correntes D’Escritas” surgiu há 16 anos, no âmbito da aposta que o município decidiu fazer quando erigiu a cultura e o lazer como vetores estratégicos do seu desenvolvimento. Já então antevíamos a importância da cultura para o desenvolvimento e para a criação de riqueza.

É que não falta quem, ainda hoje, pense que a cultura surge após a criação de riqueza; nós, já há 16 anos, afirmávamos que a cultura é essencial para a criação de riqueza. E a prova de que estávamos certos é a crescente visibilidade que, também por essa via, a cidade conseguiu, o crescimento contínuo e acentuado dos indicadores de visitação e estadia”.

Neste sentido, enfatizou que a “Póvoa de Varzim foi pioneira, quer nesta iniciativa concreta que em torno do livro reúne toda a fileira dos seus amigos, quer na potenciação da cultura ao serviço da economia”.

Aires Pereira revelou que “olhamos com muita esperança para o futuro quando constatamos que, no âmbito da atual estratégia nacional de desenvolvimento, o setor cultural e criativo tem uma nova oportunidade de afirmação e de crescimento.

E, porque este é o caminho, nós vamos continuá-lo. Um passo, difícil e moroso, foi já dado: recuperámos, com recursos técnicos para as mais exigentes expressões culturais contemporâneas, o velho Cine-Teatro Garrett, que será, deste ano em diante, o palco central do Correntes. E avançaremos, neste e no próximo ano, com a recuperação e a reconversão de edifícios, sitos na envolvente da enseada do nosso porto de pesca, em concreto: a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, o nosso Castelo, e uma antiga fábrica de conservas – cujas novas funções impulsionarão este novo modelo de economia urbana”.

Para o edil, “a cultura tem uma influência marcante no desenho e na estruturação física da cidade. A presença da cultura no urbanismo é condição primeira da qualidade de vida nos grandes aglomerados populacionais. A cultura, articulada com a oferta turística, gera riqueza e emprego, além de fortalecer as identidades e é, por essa via, um dos pilares mais sólidos da recuperação económica e da promoção nacional e internacional das cidades”.

Aires Pereira terminou dizendo que “economia e cultura terão, pois, graças ao mar e à língua que melhor o entende, a nova grande oportunidade que merecem e que este nosso Encontro, nesta terra de mar, prenuncia e abençoa”.

Fernando Echeverria, Vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa 2015, esteve presente na sessão em que foi anunciado como vencedor, neste dia em que assinala o seu 86º aniversário.

Agradeceu ao editor, Edições Afrontamento, pois “foi ele que concorreu”, acrescentando que “o prémio é dado ao livro, mas quem o embolsa é o fulano”.

Fernando Echeverria considerou a distinção “simpática” e esclareceu que “a minha carreira já começou há muitos anos, em 1956, com o primeiro livro e, por conseguinte, isso já lá vai. Comecei a ler aos 6 anos. Neste momento, tenho 80 de estudante e nem sequer fui bom estudante, com certeza”.

Sobre Categorias e outras paisagens, obra distinguida, o poeta disse aquilo que diria para todos os livros de poesia: “a poesia é um género que exige muita atenção, muita leitura, e por isso, é que se lê tão pouco. Custa, mas tudo o que custa dá prazer”.

Para além do Prémio Literário Casino da Póvoa, também foram revelados os vencedores dos outros concursos literários. Cândida Filipa Oliveira de Sousa, que concorreu com o pseudónimo de Carmen de Oliveira, arrecadou o Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus, no valor de 1000 euros, com o poema Insone.

Em relação ao Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas Porto Editora, o júri decidiu premiar os seguintes trabalhos: 1º lugar: “Uma Amizade Misteriosa”, do 4º A, do Externato Infantil e Primário “Paraíso dos Pequeninos”, de Lourosa; 2º lugar: “Uma Teia Especial”, do 4º D, da EB1 de Oliveira do Castelo, Guimarães; 3º lugar: “Uma Viagem Inesquecível”, do 4º D, da EB1 de Igreja-Meadela, Viana do Castelo. Foram, ainda, atribuídas as seguintes menções honrosas: Texto: “Afinal… a escola é Divertida!”, do 4º A, do Instituto de Promoção Social de Bustos Colégio Frei Gil, Bustos e “Porquê?”, do 4º ano do Colégio Académico, Lisboa; Ilustração: “Um Conto muito Louco”, da turma V4B, da EB1 de Torres Vedras.

João José da Conceição Morgado, da Covilhã, foi o vencedor do Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas, no valor de 1000 euros, com o trabalho “O Céu do Mar”. Foi ainda atribuída uma menção honrosa a António Azevedo Cunha e Silva, de Matosinhos, pelo trabalho “A carreta do salva-vidas – folhas d’album”.

Almeida Faria, homenageado na edição deste ano da Revista Correntes d’Escritas, confessou que a ideia de ser tema da publicação foi “inesperada e à qual resiste bastante” porque “as celebrações deixam-me uma incógnita”.

Apesar de ser um escritor premiado, Almeida Faria transmitiu que “não tenho propriamente carreira, vou escrevendo uns livros e fui professor durante muitos anos. Quando era professor até esquecia que escrevia livros e os meus alunos nunca souberam. Nunca encarei escrever como uma carreira, mas mais como um vício, quase secreto”, confidenciou.

Do Casino da Póvoa, o Correntes d’Escritas segue para sua casa nova, o Cine-Teatro Garrett, onde, às 15h00, Guilherme d’Oliveira Martins profere a Conferência de Abertura.

Às 17h30, terá lugar a primeira Mesa do evento que, ao contrário do que estava previsto não contará com a participação de Eduardo Lourenço nem de José Tolentino Mendonça. Serão, então, Almeida Faria, Leonardo Padura, Manuel Rui e Martinho da Vila que, moderados por José Carlos de Vasconcelos irão abordar o tema “A Literatura é um poço de liberdades”.

Acompanhe o 16º Correntes d’Escritas.