No sábado, João Manuel Ribeiro apresentou Senhor Ato, o Camaleão e Meu Avô Rei de Coisa Pouca que completam as mais de três dezenas de livros já publicados.

Reconhecendo que “os livros acontecem na nossa vida de formas muito díspares”, o escritor explicou que Senhor Ato, o Camaleão (7 dias 6 noites) surgiu porque um ilustrador (Sónia Borges) lhe pediu um poema pequeno e brincalhão. “Assim nasceu o livro”, informou, “um livro para ler e ver”, destacando a particularidade das ilustrações serem desenhos a caneta, a lembrar os sarrabiscos que as crianças fazem. “O texto é apenas um poema sobre o Acordo Ortográfico, uma brincadeira”, anunciou.

Sobre Meu Avô Rei de Coisa Pouca (Trinta por uma Linha), o autor revelou que “é um livro em memória do meu avô” e daí tê-lo definido como um “romancezinho autobiográfico”. Nesta obra, João Manuel Ribeiro faz referência a diversos aspectos que recorda da sua infância, passada com o seu avô que assumiu ter sido o seu educador de infância. “O meu avô era uma pessoa muito instruída. História que ouvia, não esquecia. Era um poeta que nunca escreveu versos ou um filósofo que nunca expressou os seus pensamentos.”, evocou.

Nesta sessão, também participou Pedro Teixeira Neves que apresentou O Livro que não Queria Dormir, o número um da Colecção Papéis Pintados, da Editora 7 dias 6 noites.

O autor explicou que a literatura infantil é uma escapatória ao trabalho de jornalista, uma vez que essa é a sua ocupação a tempo inteiro, e escritor só nos tempos livres. Na sua opinião, a literatura infantil permite manter o gosto de escrever histórias porque “um livro para crianças põe-se mais rapidamente no papel e permite matar a sede e urgência de ver as histórias a tornarem-se realidade”. Para o jornalista, “tudo é permitido em livros para crianças” e é possível “levar o real para além dele mesmo”.

Sobre O Livro que não Queria Dormir, Pedro Teixeira Neves anunciou que “é sobre os livros que trazem outros livros para dentro de si. O livro que não queria acordar conta a história do livro que não queria dormir”, explicou.

O número dois da Colecção Papéis Pintados, apresentada, em primeira mão, na Feira, contando com a presença de Manuel Reis, da Editora 7 dias 6 noites, foi conhecido no domingo com a sessão de pré-lançamento do livro A Menina que queria ser Bailarina de Ivo Machado.

Poucos foram os exemplares disponíveis, numerados e autografados pelo autor, uma vez que só em Outubro chegará às livrarias este livro, que é uma estreia de Ivo Machado na literatura infanto-juvenil.

O escritor da Ilha Terceira confessou que tem “consciência de que escrever para crianças é muito difícil. E, como pai de três filhos, também reconhece que não é fácil falar com crianças”. Logo, a sua preocupação foi utilizar uma linguagem simples que pudesse ser entendida por uma criança. E, depois de escrever a história, submeteu-a à apreciação da sua filha de dez anos que “contou-me a história e fez o seu comentário”. Assim, teve a percepção de que teria atingido o seu objectivo e tinha escrito numa linguagem simples.

Ivo Machado afirmou A Menina que queria ser Bailarina expressa o desejo da sua filha que pratica ballet e é feito de pequenas recordações ou do que marcou a infância do autor na ilha, destacando dois elementos: o mar e o vento.

Para além de literatura infanto-juvenil, o programa de animação da Feira da Livro apresentou, durante o fim-de-semana, dois espectáculos de dança, levados a cabo pelas Academias Artedança e Leões da Lapa/M4M.

Hoje, poderá visitar a Feira do Livro e terá a oportunidade de contactar com Júlio Magalhães. A partir das 21h30, o escritor estará no recinto para uma sessão de autógrafos.

Amanhã, 2 de Agosto, às 22h00, haverá uma sessão de cinema, no Diana Bar, da responsabilidade do Cineclube Octopus que irá exibir o filme “Ala-Arriba”. E na quarta, dia 3, também às 22hoo, o Auditório da Lota irá acolher um concerto pelos Allma – All Music Atraction, integrado no programa de animação da Feira.

São mais de 200 as editoras representadas, repartidas por 40 stands onde se podem encontrar livros para todos os gostos, incluindo exemplares de edições poveiras, disponíveis num stand preparado para o efeito, e até livros usados ou antigos, já que na Feira vão estar presentes alfarrabistas.

O programa pode ser consultado na íntegra no portal municipal, local onde também poderá seguir, através de notícias e imagens, o dia-a-dia da Feira do Livro da Póvoa de Varzim.

Organizada pelo Pelouro da Cultura da Câmara Municipal, a Feira do Livro é uma das actividades mais concorridas no Verão poveiro, fruto dos milhares de veraneantes que por esta altura visitam o município.

A Feira do Livro funciona de domingo a quinta das 16h00 às 24h00 e às sextas e sábados das 16h00 à 1h00. No seu último dia, 15 de Agosto e feriado em honra de Nossa Senhora da Assunção, a Feira está aberta das 15h00 às 24h00.