O Ministro da Cultura, assumindo-se como um “homem do livro”, revelou que foi “com enorme entusiasmo e imenso prazer” que aceitou participar no Correntes d’Escritas. Reconheceu o “trabalho notável” que é desenvolvido pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim ao longo dos últimos 17 anos, transformando o Correntes no “maior evento ibero-americano de literatura”. João Soares destacou o papel de Manuela Ribeiro, organizadora do Encontro, e por isso fez questão de lhe entregar a Medalha de Mérito do Ministério da Cultura nesta cerimónia.

João Soares transmitiu que “o Correntes d’Escritas tornou a Póvoa conhecida do Cabo Bojador até ao estreito de Magalhães, pelo menos. De facto, tornou-se um festival internacional de grande prestígio para toda a literatura ibero-americana”.

O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, agradeceu a participação do Ministro da Cultura na Abertura do Correntes, realçando que a sua presença é muito importante, demonstrando “o espírito de colaboração e de entendimento” do Ministério e do Governo.

Deixou ainda um agradecimento ao antigo Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Macedo Vieira, que em 2000 deu início ao Correntes, à Manuela Ribeiro pela sua dedicação, bem como ao conjunto de pessoas, funcionários da autarquia, que trabalham no evento.

Para o edil, “a cultura tem óbvio interesse social, é fator de coesão comunitária, é geradora de competitividade. Constrói, define e identifica uma comunidade. É por isso que estamos aqui, na Póvoa de Varzim e na abertura de um Festival Literário já com 17 anos de realização contínua, este “Correntes d’Escritas” a que, em 2000, poucos auguravam sobrevivência, mas que, com a inicial recetividade da cidade e a empatia de imediato criada com os primeiros participantes, logo então se converteu numa festa do livro e da cultura, congregando multidões, criando novos públicos e interagindo, de múltiplas formas, com a cidade e com o meio.

O “Correntes” ganhou, assim e por mérito próprio, a alforria que o libertou dos anos de chumbo da crise financeira, conquistou parcerias que crescentemente o perfilham e suportam, tornando-se progressivamente autossustentável e gerador de recursos para uma economia urbana onde é preponderante a fileira dos serviços associados à hotelaria e à restauração”.

O Vice-Presidente e Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Luís Diamantino, recordou o Professor João Francisco Marques, que na edição anterior “deu uma lição” sobre a obra do Padre António Vieira, pedindo uma salva de palmas em sua homenagem.

A propósito da distinção atribuída a Manuela Ribeiro, Luís Diamantino revelou que era “um dos melhores dias da minha vida, enquanto Vereador da Cultura”.

Emocionada, Manuela Ribeiro agradeceu o galardão e afirmou que “a medalha não é minha, é de quem trabalha comigo durante todo o ano e nesta altura, é da Câmara Municipal que compreendeu e nunca desistiu do evento, é do público, é dos escritores, é dos jornalistas, é de todos nós”.

Nesta Cerimónia, foi ainda revelado o trabalho vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa: As Leis da Fronteira, de Javier Cercas, que se estreia como convidado no 17º Correntes d’Escritas.

Para além do Prémio Literário Casino da Póvoa, também foram revelados os vencedores dos outros concursos literários. Maria Teresa Forte Fernandes Gonçalves Teixeira, que concorreu com o pseudónimo de Maria Furacão, arrecadou o Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus, no valor de 1000 euros, com o conto A minha vizinha é vizinha de si mesma.

Em relação ao Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas Porto Editora, o júri decidiu premiar os seguintes trabalhos: 1º lugar: “A magia de Ahmed”, do 4º A, da Escola Básica José Manuel Durão Barroso, de Armamar; 2º lugar: “A árvore da amizade”, do 4º CL2, da Escola Básica de Lama, Barcelos; 3º lugar: “Uma história não acaba, pode nascer outra vez”, do 4º A, da Escola EB1 do Areeiro, Coimbra. Foram, ainda, atribuídas as seguintes menções honrosas: Texto: “Façamos o Mundo Feliz”, do 4º 6, da Escola Básica do Vale do Âncora, Vila Praia de Âncora; Ilustração: “Sebastião. O Lápis Sabichão”, do 4º B, do Colégio Paulo VI, de Gondomar e “Maria Trigueirinha”, do 4º A, da Escola EB1 de Cadilhe, Amorim, Póvoa de Varzim.

Nuno Filipe Santos Silva de Azevedo, de Amorim (Póvoa de Varzim), que concorreu com o pseudónimo de Carlos Pessanha foi o vencedor do Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas, no valor de 1000 euros, com o trabalho “Ardentia”.

As atas dos Concursos estão disponíveis no portal municipal.

Em representação dos mais de 80 escritores desta 17ª edição, Ana Luísa Amaral disse que era “um prazer e uma honra” participar naquele que é “um dos encontros de literatura mais significativos em Portugal, mais antigos no nosso país”, constituído “pelos amantes da literatura”. Para a escritora, o Correntes é “um caso sério e já antigo”, “é um romance”.

Dionísio Vinagre, administrador do Casino da Póvoa, que patrocina o Prémio Literário no valor de 20 mil euros, referiu-se ao investimento na cultura e na arte por parte da entidade que representa e anunciou que têm em vista a publicação de uma Monografia sobre a Igreja Românica de São Pedro de Rates, em parceria com o Núcleo de História de Arte da Faculdade de Letras, promovendo o património do concelho.

O evento continua no Cine-Teatro Garrett, às 15h00, com José Tolentino Mendonça a proferir a Conferência de Abertura. 

Acompanhe o 17º Correntes d’Escritas no portal municipal e no facebook Correntes, onde pode consultar o programa completo do evento.