Na última sexta-feira, às 21h30, o Dr. Fernando Souto falou sobre “Igreja da Misericórdia – Pedras Antigas de um Templo Novo”.

O orador, que é em simultâneo elemento da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim, entendeu por bem expor a origem das pedras que serviram para a construção da Igreja há cem anos, uma vez que foram utilizados materiais “aproveitados de igrejas que existiram anteriormente, no mesmo local, desde a Idade Média”.

Fernando Souto lembrou que foram utilizadas as pedras da “Capela de S. Tiago, depois da Ermida da Mata, que foi a Igreja Matriz da Póvoa de Varzim até 1757, altura em que foi inaugurada a Matriz nova e a Ermida reverteu para a Misericórdia, que, em 1910, recebeu autorização para a sua demolição e posterior construção do edifício, que, hoje, conhecemos”. É de referir ainda que, antes de 1910, “foi iniciada a construção de uma nova igreja, que ficou apenas pela Capela-mor e tudo viria depois a ser demolido”.

A construção da igreja não foi um ato isolado da Misericórdia da Póvoa de Varzim, integrando-se na edificação de seis pavilhões modulares que constituiriam o futuro hospital da cidade, tal como se projetava na época (início do século XX). No entanto, o hospital viria a ter novo desenho arquitetónico e apenas sobreviveram dois pavilhões, atualmente albergando o salão nobre e o museu. Os restantes equipamentos foram demolidos e o material aproveitado para a nova igreja, que cumpriria um dos desígnios da instituição – o culto.

O programa comemorativo da Santa Casa da Misericórdia teve início no dia 31 de janeiro com uma conferência pelo Professor Doutor João Marques, a primeira de um ciclo que irá decorrer ao longo do ano.

A programação do Centenário é diversificada e incluirá, para além de um ciclo de conferências, exposições, publicações, visitas guiadas, entre outras.