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Num tempo em que a saúde, o ambiente e a
economia se cruzam e convergem na eleição da bicicleta como veículo para a
mobilidade sustentável, sobretudo em meio urbano, é bom lembrar que na Póvoa de
Varzim essa relação, que é ancestral, surge favorecida pelo facto, nada
despiciendo, de a cidade ser, toda ela, território plano e pela circunstância,
sempre agradável quando se desenvolve esforço físico, de o ciclista ser
frequentemente bafejado pela brisa refrescante que o mar irradia pela malha
urbana.

A Póvoa de Varzim – é isto, no fundo, o
que quero dizer – nasceu fadada para ser Cidade das Bicicletas. Seja qual for o
uso que se lhes dê – de puro lazer activo, de instrumento para a descoberta do
território (cicloturismo), de teste à capacidade física do utente (competição),
ou, mais prosaicamente, como veículo para uma mobilidade amiga do ambiente.

E se, nos últimos anos – retomando, aliás,
uma velha tradição, associada à época balnear – a crescente presença da
bicicleta no nosso quotidiano é uma realidade que se saúda, necessário é dizer
que para isso muito tem contribuído a aposta sensibilizadora do município, que
construiu ao longo da marginal uma das primeiras ciclovias em espaço urbano e
se propõe, no próximo ano, converter em ecopista (para ciclistas e peões) todo
o percurso poveiro da desactivada linha férrea de ligação a Famalicão. E tudo
isto – que é estrutural e está/estará disponível para usufruto permanente do
cidadão – de permeio com iniciativas políticas (de diversa natureza, dimensão e
objectivo) que têm a bicicleta como actor de referência. A bicicleta que, citando
um recentíssimo livro em seu elogio, é capaz de nos conceder, por si só, “ uma
dimensão perceptível ao sonho de um mundo utópico em que o prazer de viver será
a prioridade de cada um e merecerá o respeito de todos, dando-nos uma razão de
esperança.” Bicicleta que, segundo o mesmo autor, potencia um “retorno à
utopia, retorno ao real, ou algo do género”, pelo que se impõe o conselho: “Peguem
em bicicletas, para mudar a vida!” e se justifica a convicção: “O ciclismo é um
humanismo.”

Não sendo, para já, tão ousado na minha
esperança, quero crer que estamos no bom caminho quando vemos, ainda que por
razões mais prosaicas e menos filosóficas, tantos devotos das bicicletas – como
se viu na 1ª edição da GRANDE MARATONA CIDADE DA PÓVOA DE VARZIM e se verá, com
ampliada participação, nesta segunda edição.

Feito o devido elogio à bicicleta,
resta-me felicitar quem lhe dá vida – todos aqueles que, aceitando o nosso
desafio, percorrerão, em 11 de Outubro, boa parte do nosso concelho e terras
vizinhas.

 

Boas pedaladas para todos!

 

 

O Vereador do Pelouro do
Desporto

assinatura aires pereira 

Aires Henrique do Couto
Pereira