© Rui Sousa
Ascêncio de Freitas nasceu a 3 de Agosto de 1926 no lugar do Forte da Barra, Gafanha de Nazaré, Aveiro.
É licenciado em Ciências Sociais e Políticas e escreve desde muito novo. Emigrou aos 22 anos de idade para Moçambique, onde, por razões políticas, teve uma vida aventurosa e atribulada, com três prisões às ordens da Pide e uma durante o período de transição para a independência.
Militante da Frelimo desde a primeira hora, durante a erradamente chamada guerra civil veio “destacado” para Portugal a pedido do Presidente Samora Machel, como responsável pela contra-inteligência militar. Depois do assassinato de Samora Machel, dado o impasse em que caiu a situação militar e a terrível seca de 1984 a 1988, havendo já mais de um milhão de mortos, aproveitando a mudança do presidente da África do Sul (não militar) decidiu agir por conta própria e iniciar um conjunto de acções que pudessem conduzir à paz, o que acabou por conseguir com a assinatura do Acordo de Paz de Roma, assinado em 1992.
Em 1994, no mês anterior às primeiras eleições, visitou Moçambique pela última vez, afastando-se definitivamente da política, com a certeza de que, ainda que erradicada a orientação marxista-leninista, com a democracia a Frelimo ganharia as eleições.
Por vontade própria, começou a viver unicamente da escrita e de um modesto subsídio do Ministério da Cultura por mérito literário relevante.
Bibliografia:
Cães da Mesma Ninhada, 1959
Ontem Era a Madrugada, 1978
E as Raiva Passa por Cima, Fica Engrossar um Silêncio, 1979
À Boca do Passado, 1981
Crónica de Dom António Segundo, 1983
Cármen Era o Nome, 1996
Na Outra Margem da Guerra, 1999
A Reconquista de Olivença, 1999
Mentiras, Elefantes e Etcétera, 2000
O Canto da Sangardata, 2000
Estória do Homem que Comeu a sua Morte e Outros Contos, 2002
A Paz Enfurecida, 2003
A Noite dos Caranguejos, 2003
Explanation of Nothingness, 2008, editado nos USA
O Guardador de Pássaros, 2008
O Anjo que não Sabia Voar, 2008, infanto-juvenil
Para publicação:
Ai, Amor!
O Lado Obscuro do Branco
Clandestinos da Arca de Noé
Terra Desabrigada
Crónicas Quase Políticas
Deambulações Pela Escrita
Prémios obtidos: Prémio Cidade da Beira (Moçambique); Prémio Vergílio Ferreira; Prémio PEN Clube; Bolsa do IPLB; Prémio Romeu Correia e Prémio Ferreira de Castro.
Incluído em antologias de conto africano de Moçambique, Rússia, República Checa, França e Roménia.