Atividade estreitamente ligada à população agrícola (tradicionalmente o tear era um elemento presente em casa de quase todos os lavradores) ainda hoje sobrevive nas freguesias rurais do concelho. O polo mais antigo situa-se em Terroso e daí foi-se expandindo para as populações limítrofes, especialmente as da freguesia de Laúndos.

Utiliza como matéria-prima vários tecidos que as artesãs cortam em tiras estreitas. A tecelagem “não acusa quaisquer particularidades especiais, (…) que consiste no decorado da trama – os puxados.”(1)Desta técnica e da rica combinação de cores obtém-se belos produtos.

Podem-se definir duas formas de produção: 1) pequenos produtores-empresários, que possuem vários teares, instalados na própria casa de habitação ou espalhados por diversas casas de tecedeiras, nos quais estas trabalham regularmente por tarefa, (…); 2) produtores individuais, possuidores de um tear, que à margem dos trabalhos prioritários, geralmente agrícolas, exercem uma atividade têxtil que visa à satisfação das necessidades do agregado familiar, …” (2)

Atualmente, esta forma de artesanato ainda se mantém com alguma vitalidade, respondendo às maiores exigências do mercado que a obriga a uma constante evolução, nomeadamente através da integração de novos materiais, como por exemplo, o couro.

 

 (1)PEREIRA, Benjamim Enes – “A tecelagem manual em Terroso”, In: Póvoa de Varzim Boletim Cultural, vol. 10, nº2 (1971), p, 239-262

(2)Idem