Desde então, a família de Luis Sepúlveda ofereceu à Póvoa de Varzim o seu acervo pessoal, biblioteca e escritório, para guarda e usufruto, com a responsabilidade da preservação da memória. O Município da Póvoa de Varzim criou o Prémio Luis Sepúlveda, também no âmbito do Correntes d’Escritas, e decidiu agora materializar esta doação na criação de um espaço público, de portas abertas, para toda a comunidade.

Assim, esta semana, o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, apresentou a maquete do Espaço Luis Sepulveda que será construído na Casa Manuel Lopes, na Avenida Mouzinho de Albuquerque. A obra visa criar condições para alojar o espólio literário do escritor na Casa Manuel Lopes, recriando o seu espaço de escritório, juntando as duas destacadas personalidades no universo da cultura da Póvoa de Varzim num espaço com particular significado para ambos.

A Casa Manuel Lopes – onde, aliás, tem decorrido o espetáculo de teatro com Álvaro Laborinho Lúcio, Luís Ricardo Duarte, Raquel Patriarca e Rui Spranger – vai ser preservada, na sua forma e caráter original. O mesmo acontecerá com o seu jardim, local onde está um busto de Manuel Lopes junto ao qual, todos os anos, a Câmara Municipal instala uma Biblioteca de Verão. No fundo desse mesmo jardim há um pequeno edifício, de dois pisos, que será ampliado por forma a acolher o espólio do escritor Luis Sepúlveda. Além disso, este mesmo espaço, que será prolongado numa estrutura metálica desmontável e subtil, em vidro, vai alocar também um centro de estudos.

O Espaço Luis Sepúlveda terá, portanto, dois espaços. Um primeiro de acesso ao público para a apresentação geral da obra do escritor, dedicado à leitura, estudo e interpretação da sua obra. Mas também, para o conhecimento da sua realidade, das condições de vida e de trabalho, procurando na medida do possível, reproduzir o seu espaço de trabalho com o mobiliário original. Será também, um espaço de exposição do seu espólio pessoal, com os seus objetos, as suas memórias e recordações, sinais visíveis interpretativos do carácter de Luís Sepúlveda, preenchido com os objetos da sua vida, sugerindo a ideia que não estando… andará por ali. O outro espaço será de biblioteca, leitura e estudo individual, separado dos restantes por estantes com prateleiras aonde se colocarão parte das suas obras para consulta e parte dos seus objetos pessoais.