O Município poveiro celebrou uma vez mais a data distinguindo os seus cidadãos e uma empresa de cariz familiar: Miguel Sousa Neves, com a Medalha de Cidadão Poveiro, e Armando Marques, Manuel Agonia Areias e Ourivesaria Tavares, com a Medalha de Reconhecimento Poveiro, grau prata.

A Cerimónia de Homenagens encheu com o Cine-Teatro Garrett de familiares, amigos, individualidades e poveiros em geral que quiseram assistir às distinções e cumprimentar os homenageados.

No seu discurso, o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, refletiu sobre o avanço tecnológico concluindo que “a cidadania é a grande alavanca do desenvolvimento das comunidades. Porque ela garante o justo equilíbrio entre o contributo da tecnologia e o envolvimento dos cidadãos – o primeiro necessário; o segundo imprescindível”.

Neste sentido, referiu-se a Miguel Sousa Neves, “um prestigiado cidadão, que queremos, a partir de hoje, ver integrado, com medalha e pergaminho, na galeria dos Poveiros de eleição”.

Em relação a Armando da Rocha Marques, o Presidente definiu como “um “Poveiro Global” que foi e, aos 87 anos, é, um participante, com capacidade de influência e de orientação. O técnico de turismo, o divulgador da Póvoa e o cidadão disponível, militante da causa associativa, com ligação de décadas aos principais clubes da cidade e às nossas muitas organizações sociais. Quero, na vasta galeria de serviços, referir e destacar a ligação, desde 1954, ao Rancho Poveiro, de que foi, até há poucos anos, apresentador, no país e no estrangeiro”. Sobre o reconhecimento a Armando Marques transmitiu ainda que “não assinala o fim de uma missão, muito menos o fim de um percurso; é, antes, o sinal da renovação do seu compromisso com a cidade – essa, sim, a grande marca do seu compromisso com a vida”.

Sobre Manuel Agonia Fernandes Areias, o edil referiu que “o nosso bem conhecido “Nia Preu”, após tantos anos de relação profissional com o mar empreendeu, há 25 anos, um novo regresso – ao mar de sempre e à nossa embarcação mais emblemática, a Lancha Poveira do Alto, que Manuel Lopes sonhou como “escola da memória” das nossas tradições piscatórias. A nossa Lancha assume uma importância que a transcende. Cada membro da sua tripulação é um servidor desta causa. Em Agonia Areias, que logo em 1991 foi proclamado mestre da embarcação, respeitado pelo conhecimento, pela sensatez e pela dedicação, homenageamos todos aqueles que, ao longo destes 25 anos, integraram a sua tripulação, demonstrando o espírito de corpo sem o qual nenhuma organização ou empreendimento tem sucesso”.

A propósito da empresa familiar, Aires Pereira destacou “a noção da importância da organização e da adaptação às circunstâncias presidiu ao trajeto, de nove décadas, da Ourivesaria Tavares. E se a empresa fundada em 1922 por Virgílio Aristides Tavares resistiu às contingências difíceis com que se viu confrontada, a ponto de se firmar como uma referência no seu setor em todo o território nacional – se isso aconteceu, a razão principal desta bem-sucedida caminhada reside na fidelidade aos seus valores matriciais e na permanente abertura à inovação e à modernização.

A Ourivesaria Tavares é, hoje, garantia de que a Póvoa de Varzim continua no roteiro de quem procura na beleza de valores eternos a garantia de um investimento seguro”.

Também Afonso Pinhão Ferreira, Presidente da Assembleia Municipal, reconheceu que “estes distintos homenageados contribuíram e contribuem com uma cidadania exemplar na construção de uma sociedade poveira que nos orgulha. São referências que nos prestigiam”, constatou, agradecendo-lhes pela “eterna disponibilidade pela causa social”.

Armando Marques, o primeiro a receber a Medalha, confessou tratar-se de um “dia de enorme felicidade e incontrolável emoção” referindo que “este reconhecimento é o culminar de uma vida, que já vai longa, e reconhece o que fiz pela minha terra em diversas áreas”. Depois de enumerar algumas das inúmeras atividades desenvolvidas terminou, manifestando “gratidão eterna à Câmara e seu Presidente” e dizendo que “mais orgulhoso do que ser português, é ser poveiro”.

Manuel Agonia Areias revelou que muito cedo começou no mar e tem feito do mar “arte da minha vida”. Referiu-se ainda às inúmeras viagens realizadas ao serviço da Lancha Poveira, agradecendo à Câmara Municipal e à tripulação da embarcação, sem os quais não seria possível o reconhecimento pelo esforço pela Póvoa.

Para Carlos Tavares, que recebeu a Medalha entregue à Ourivesaria Tavares, “este momento é um dos mais importantes marcos nos 94 anos de história da Ourivesaria Tavares” e representa também “uma responsabilidade acrescida de continuar com este nosso novo projeto de forma a poder contribuir para o engrandecimento do progresso e da cultura da Póvoa de Varzim”. Sobre o novo capítulo da empresa – “A caminho do centenário” –, disse tratar-se de “um projeto virado para a atualidade e para o futuro, ambicioso mas sustentável que integra em si 94 anos de experiência e também toda uma estratégia de inovação e modernidade. É desta forma um projeto que reflete a visão de uma Ourivesaria Tavares mais forte, mais sólida e digna do seu nome”.

Miguel Sousa Neves começou por agradecer o reconhecimento ao Presidente da Câmara Municipal, em primeiro lugar, em segundo, à família, e, em terceiro, à comunidade, justificando que “no fundo, somos muito aquilo que vivenciamos no dia-a-dia, aquilo com que contactamos”. O médico oftalmologista, que vive na Póvoa há 25 anos, reconheceu que “fui aprendendo com os poveiros e com a cidade”, agradecendo e constatando que “estou aqui hoje porque vocês permitiram que isso acontecesse”.

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