O Vereador do Pelouro da Cultura destacou a cumplicidade existente
neste encontro, onde a franqueza prevalece e cada um diz aquilo que pensa, numa partilha de ideias e opiniões verdadeiras. Referiu ainda a diversidade de público  que o Correntes d’Escritas acolheu, estando presentes pessoas de diferentes pontos do país e de várias faixas etárias.

A este propósito, lembrou a vinda ao Auditório Municipal para assistirem a algumas mesas do Correntes de alunos da Escola Infante D. Henrique do Porto  e de uma escola da Póvoa, o que demonstra um manifesto interesse pela literatura. O discurso não terminou sem uma palavra de agradecimento a toda a equipa que colaborou na organização do evento, nomeadamente aos patrocinadores, aos escritores e editores presentes, bem como a todos que directa ou indirectamente participaram neste encontro.

“Em Fevereiro estamos cá, contamos convosco também”, rematou Luís Diamantino.

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Seguiu-se a  consagração dos vencedores do Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus e do Prémio Literário Casino da Póvoa. Alfredo Costa, da Papelaria Locus, subiu ao palco para entregar o prémio a Mikhael Lima, pseudónimo de Nuno Galego Marques Atalaia Rodrigues, o jovem de Sacavém, premiado nesta edição do Correntes d’Escritas. À pergunta “o que irá fazer aos 750 euros ganhos?”, o jovem de 18 anos afirmou “gastá-los”, mas confessou que o verdadeiro prémio que levava deste concurso literário foi a oportunidade que teve em conhecer escritores como Ana Luísa Amaral, Nélida Piñon, Antonio Cícero, Eucannãa Ferraz, Ana Paula Tavares, Hélia Correia e Jaime Rocha, entre outros.

Emocionado, Nuno Rodrigues revelou que se sentiu “como se tivesse sido convidado a Olimpo, no meio de vultos porque chamar-lhes deuses seria um insulto”. Metaforizando o Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, o jovem relatou alguns episódios que teve oportunidade de partilhar com os escritores e, ainda incrédulo, afirmou, repetidamente, “Eu conheci-os…”. Terminou dizendo que o Correntes d’Escritas é um “evento único em Portugal e exemplar no mundo”.

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A vencedora do Prémio Literário Casino da Póvoa, Ana Luísa Amaral, enfatizou o facto de as Correntes d’Escritas terem para si um significado especial, “por isso este prémio comporta uma dimensão de grande afecto e de muita alegria”, revela a escritora. A autora de “A Génese do Amor” começou por falar do título da obra, “o meu livro pode ser sobre o amor e o seu esboroamento, mas também sobre o desejo de fazer imortal o que não o é. A única coisa que pode tornar o amor menos mortal e menos transitório é a palavra.”

Sobre o livro que lhe atribuiu um galardão no valor de 20.ooo euros, a autora referiu que “talvez seja possível ver este livro como um livro de convivências e alternâncias de opostos (…) porque o livro contempla duas grandes linhas, aparentemente contrárias, que dizem organizar a minha poesia: uma mais coloquial, quotidiana, até, e outra mais conceptual.” Antes de uma última palavra de ternura à filha e pais, Ana Luísa Amaral terminou dizendo que “muitas vezes senti o poema como mais verdadeiro do que eu, e foi ele que me guiou, mais do que eu ao poema. Como sempre acontece na poesia.”

A 8ª Edição do Correntes d’Escritas findou com um agradável momento de poesia com que autora deliciou todos os presentes.