Este trabalho ímpar irá marcar, sem dúvida, o Correntes d’Escritas, que contou com a participação do fotógrafo pela primeira vez o ano passado.

As imagens expostas e seleccionadas para um catálogo com design de Henrique Cayatte foram obtidas em quartos de hotel, principalmente na Póvoa de Varzim, mas também em Praga, Gijón, Paris, Moscovo, Frankfurt, etc.

O vereador do Pelouro da Cultura, que adjectiva esta obra como “uma jóia”, explicou que lhe deu “imenso gozo escrever um texto para este catálogo”, onde se pode ler: “Obrigado Daniel, assaltante e guardador de espíritos e de lugares transitórios. Soubeste guardar o momento para a eternidade.”

José Manuel Fajardo, escritor e amigo do fotógrafo, afirmou existir uma verdade profunda entre a literatura e as viagens. A escrita é um processo de vivências com o mundo externo e, com o convívio criado nos quatro dias de Correntes d’Escritas, “espaço de vida”, criam-se histórias que, muitas vezes, são transportadas para uma folha de papel num quarto de hotel.

Daniel Mordzinski explicou que “quando não souberem onde estou, é porque estou na Póvoa de Varzim. Não posso imaginar melhor sítio para navegar pelos mares da literatura. O fotógrafo, desde 1978, tem vindo a fotografar os protagonistas mais destacados das letras espanholas e portuguesas.

Fiel ao melhor sentido da palavra, o trabalho de Mordzinski é uma procura, insinuante e encenada do universo pessoal de três gerações de narradores e poetas de um e de outro lado do Atlântico.

Na inauguração da exposição não ficou esquecida uma palavra de agradecimento a Rui Sousa, fotógrafo do Correntes d’Escritas desde a sua primeira edição.

Quartos de Escrita estará patente na Biblioteca Municipal até 30 de Março.