Primeira escritora boliviana presente numa edição do Correntes d´Escritas Amália Decker Marquez falou, emocionada, da alegria de ver lançado em Portugal este seu "Tardes de Chuva e Chocolate", livro que, segundo ela, "podia bem ter ficado perdido nas montanhas bolivianas, não fosse o facto de estar agora traduzido em português e publicado num país europeu".
“Tardes de Chuva e Chocolate” relata a saga de uma família que foge da Europa para a Bolívia, no decorrer da primeira guerra mundial. Mas, sendo esta uma família composta maioritariamente por mulheres, esta é, de facto, uma história protagonizada por mulheres de carácter forte, uma história que, segundo a editora, Maria do Rosário Pereira, interessa, por isso, às mulheres, mas que não deve passar despercebida aos homens.
A obra de Amália Decker foi, assim, abriu, assim, a sessão de lançamento de livros desta tarde, no Correntes d´Escritas, onde foram ainda apresentados “Venezianas”, do escritor galego Carlos Quiroga, “Finalidades sem Fim” de António Cícero, e “Rua do Mundo, de Eucanãa Ferraz.
Presença já habitual neste encontro, Carlos Quiroga veio à Póvoa com “Venezianas”, livro de histórias várias, muitas delas baseadas em experiências pessoais, poesia e até fotografia.
Quanto ao poeta e ensaísta brasileiro António Cícero falou do seu próprio livro, “Finalidades sem Fim”, apresentando-o como um livro de ensaios muito abrangente: “nele abordo a questão da Vanguarda na literatura, o Tropicalismo, enquanto movimento cultural brasileiro, apresento ensaios sobre o Modernismo na pintura e sobre a poesia de Homero, entre tantos outros temas.” Trata-se, pois, de uma obra onde se reúnem ensaios sobre uma grande variedade de temas.
Também de origem brasileira, Eucanãa Ferraz apresentou o seu próprio livro, já publicado no Brasil, há dois anos. “Rua do Mundo” é uma obra que demonstra a profunda ligação do autor a Portugal, uma ligação que começa logo no título, que ele próprio desvendou: “Rua do Mundo era como se chamava antigamente a Rua da Misericórdia, em Lisboa, portanto, logo aí se estabelece a ligação a Lisboa e a Portugal”. E Eucanãa conclui referindo ainda que “este é um livro que tem muitas conversas com Portugal e os seus autores, que tanto me marcaram e influenciaram”.