“Há sempre uma janela que podemos abrir: um olhar para dentro e para fora de nós. Um livro. Uma casa com memória. Uma cidade que fala, pedra a pedra, palavra a palavra. Abraço de realidades e ficções que nos aprofunda e transfigura.” Foi desta forma que Manuel Lopes, diretor da Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim, apresentou o primeiro itinerário daquilo que pretendia que fosse um roteiro de Memórias e Percursos Literários na Póvoa de Varzim.

Foi editado o primeiro, e único, em 2001 (ficou por acabar este seu projeto), denominado “Davam grandes passeios aos domingos”. E realizado o passeio. “De um passeio se trata. Guiado por livros e leituras.” – escreveu ainda Manuel Lopes.

No âmbito da Feira do Livro de 2012, aproveitando uma tarde de domingo de um verão à beira-mar, é feito o desafio para repetir esta caminhada literária, acompanhados de autores e livros aos quais a Póvoa de Varzim ficará para sempre ligada: Almeida Garrett, Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, António Nobre, Ramalho Ortigão, José Régio, Alexandre Pinheiro Torres, Agustina Bessa-Luís, Luísa Dacosta e muitos outros, porque não é de hoje a relação da Póvoa com a literatura.

O Vereador da Cultura, Luís Diamantino, será o anfitrião. As leituras de textos serão feitas por: Alberto Serra, Ana Paula Mateus, Ângela Grave, Aurelino Costa, Cláudia Ribeiro, Isaque Ferreira, João Luís Barreto Guimarães, José Pedro Adães e Tomás Postiga.

Todos podem participar. Já há vários inscritos, mas quem não teve tempo de fazer a sua inscrição, ainda poderá juntar-se ao grupo. Encontro marcado para a Praça do Almada, às 17h00, do dia 12, para seguir ao ritmo das leituras.

Este será um percurso sem pressas, ritmado pelo prazer das leituras, dos livros, da literatura, com início na Praça do Almada, junto ao monumento de Eça de Queirós até à Igreja da Lapa, terminando na Feira do Livro (veja o mapa do percurso aqui).

Pelo meio há textos para ler e escutar. Pelo meio há a paisagem “natural e urbanística”, há o “património histórico e arquitetónico”, há “os valores materiais e imateriais que constituem o cerne da comunidade poveira, a voz literária que lhes pertence, a glosa que os ilumina”.

E assim se mantêm as Correntes que traçam o percurso de uma terra que desde sempre soube e sabe ir para além do sol e do mar que a sustentam. E assim se recorda o mestre da mais nobre lancha poveira: Manuel Lopes.