A exposição de esculturas, instalações e vídeo de Arte Têxtil de Isabel Babo estará patente na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto até 20 de novembro.

Segundo a autora, “as esculturas de Arte Têxtil desta exposição resultam, tanto do meu fascínio pelo mar, como de uma vontade intrínseca de “fazer” e comunicar que me acompanha desde a infância.
Durante os últimos quatro anos convivi amiúde com os pescadores de Aver-o-Mar e recolhi “lixo” de pesca nas praias locais, convocando material emocional e significativo para a minha prática artística. A exposição “mãos ao mar” é tributária da “Arte Povera” italiana, sobretudo pelo uso do material “lixo” de pesca (cordas, boias e covos) que confere a cada escultura uma energia primária de significado incorporado que procurei captar. Em todo o percurso de criação procurei a essência háptica e visual da escultura nas texturas palpáveis, nas formas oscilantes, nas protuberâncias, nas torções e nós, cujas técnicas têxteis são experienciadas pela própria prática artesanal.
As esculturas em exposição são, em si mesmas, uma caligrafia pessoal, um “diálogo” de comunicação e pertença que aborda o meu interesse pelo encontro entre arte e memória coletiva.
Questiono-me acerca da tendência atual de substituirmos objetos e formas tradicionais por objetos desconectados com a nossa cultura. Além do significado aparentemente narrativo, todas as esculturas em exposição propõem evocar outros significados e memórias da nossa identidade coletiva.

Isabel Babo leciona, atualmente, na ESEQ o curso geral de Artes Visuais e lecionava o mesmo curso, desde 1997, na ESJAC. Colaborou, em iniciativas artísticas, com o Museu do Douro, Câmara Municipal do Peso da Régua e Douro Alliance. Participou em 2017, pelo quarto ano consecutivo, na exposição coletiva internacional, realizada no Museu das Caves de Santa Marta. Está representada, desde 2014, na Galeria “Usar o Tempo”, no Porto. Criou em 2017 a residência artística “Na Quinta às Quintas”, Quinta da Barroca, em Armamar, e integrou o projeto Galaico-Português “Cultura que Une”, 2017-2019, com exposição coletiva itinerante “Ribeira Sacra-Douro”.