Paulo Neves, Presidente do Clube Naval Povoense, explicou que se tratava de uma “homenagem familiar, algo mais interno”. No entanto, nos 110 do Clube, que serão assinalados em setembro de 2014, será prestada homenagem pública ao antigo Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, esclareceu.

Paulo Neves disse que durante os 20 anos em que Macedo Vieira foi Presidente do Município poveiro acompanhou sempre o Clube e estes últimos 20 anos foram, na sua opinião, aqueles em que o Clube teve mais atividade e evoluiu mais.

“Esteve sempre do nosso lado apesar de não ser um praticante de desportos náuticos, esteve sempre connosco, quando precisamos e nos momentos decisivos”, constatou.

Paulo Neves enumerou alguns desses momentos: “a abertura da marina e a sua entrega ao Clube Naval, os subsídios que foram dados ao longo dos anos, e sem os quais o Clube não poderia passar, a cedência das piscinas municipais para a criação de pólo aquático e, mais tarde, para a natação. Acompanhou também o processo de abertura do hostel, ou seja, todos os nossos grandes projetos nos últimos 20 anos, sentimo-lo sempre connosco”.

O Presidente do Clube Naval Povoense explicou que, a nível financeiro, a marina é autossuficiente, ou seja, não consegue gerar dinheiro para sustentar o Clube mas também não lhe dá prejuízo. Quanto aos subsídios do município, esclareceu que se destinam a apoiar as despesas de deslocação dos atletas do Clube.

Sobre o assoreamento da barra, o Presidente da coletividade responsável pela Marina da Póvoa afirmou que “a marina está a sofrer e vai sofrer com os mesmos problemas que os pescadores têm, ou seja, a entrada da barra é a entrada e saída de todas as embarcações e o assoreamento está a torná-la perigosa e, um dia destes impraticável”.

“Se se tornar impraticável, o porto de pesca e o porto desportivo náutico fecham”, advertiu Paulo Neves lembrando que ao longo dos 12 anos de existência da marina tem havido em esforço para criar bom nome, mas para cair é de um ano para o outro. “Basta passar na comunidade dos iates que a entrada da barra de entrada é perigosa ou desaconselhável que os barcos simplesmente passam ao largo, nem vêm tentar”, supôs.


Aires Pereira

Aires Pereira, Presidente da Câmara Municipal, revelou que depois de ter falado com Secretário de Estado e com o novo Diretor Geral da Atividade Portuária, está a ser ultimado o concurso público. Uma vez que a dragagem de emergência ficou, de alguma forma, prejudicada pela alteração das condições climatéricas e já não vamos em tempo útil capaz de a fazer, teremos oportunidade de fazer uma grande dragagem para voltar a pôr o porto às cotas do projeto.

O Presidente prevê que “a partir de maio, quando as condições de estabilidade da maré e do tempo o permitam, avance de imediato essa grande dragagem que naturalmente vai repor as condições que o porto, pescadores e marina merecem, ou seja, que a atividade económica em si merece”.

O autarca esclareceu que haverá também alterações na estrutura do Porto, que passará a ser dirigido pela Docapesca. Neste sentido, Aires Pereira transmitiu ter o desejo de que a Docapesca nomeie para a Póvoa de Varzim alguém com capacidade e que fique aqui residente para termos um interlocutor para estas questões, uma vez que hoje se colocam novos desafios às áreas portuárias que estão mais ou menos desaproveitadas.

A este propósito, o edil revelou “a criação de uma zona de estacionamento de embarcações de recreio em frente ao Casino, resultante do parque de estacionamento existente estar, nesta altura, devoluto e podermos avançar para lá”.

Será, em breve, executado um projeto para a zona, sendo que o Presidente poveiro já lançou ao Clube Naval o desafio de gerir o novo espaço. “Deixamos as infraestruturas pesadas na atual estrutura da marina de modo a permitir que o cenário das embarcações de recreio na proximidade da cidade se traduzam numa mais-valia”, explicou.

Para Aires Pereira, tudo se coaduna com o “projeto de centralidade que estamos a definir para a nossa cidade: a fábrica A Poveira, a Fortaleza, o Cine-teatro Garrett e a presença dos barcos de recreio, fundamentalmente para os passantes”.

O Presidente afirmou que esta nova zona irá “facilitar um acesso direto à cidade, até porque já percebemos que nesta zona oposta da cidade, a dificuldade em chegar ao centro é imensa. Vamos avançar com este projeto que será uma mais-valia para a cidade e para o próprio desenvolvimento da marina”, anunciou.

“É um projeto que vale a pena apostar uma vez que o porto começa a ter os seus usos definidos e muita zona que tem vindo a ser abandonada”, constatou Aires Pereira.

Quanto à homenagem do Clube Naval Povoense, José Macedo Vieira disse que era “mais um reconhecimento de uma instituição da cidade que me agrada e vem no seguimento de outras que me deixam feliz e satisfeito por saber que fiz alguma coisa de bom pelos outros. Tenho sentido por parte da população maior proximidade e afetividade”, partilhou.

O antigo Presidente poveiro assumiu que nos 20 anos que esteve na vida pública fez uma entrega total, “fiz sempre o que achava que era o melhor para a cidade e para os clubes”.

Macedo Vieira revelou que se tem dedicado ao negócio da família e “tenho tempo livre para fazer aquilo que gosto, o que há 20 anos não acontecia. Muita reflexão, muita leitura e manter-se sempre atualizado” são as suas prioridades.

“Sinto-me um homem completamente livre”, confessou, assumindo que se aparecer algum desafio profissional, nomeadamente na área da saúde, irá ponderar. No entanto, “não tenho projetos”, disse, acrescentando que já entrou no outono da vida.