Foram seis horas de emissão de uma das localidades com maior tradição
piscatória do país, com variadas reportagens e muita animação, dando a conhecer
parte da história e tradição dos poveiros, riqueza do concelho e aposta
turística da região.

Junto à estátua de Eça de Queirós,
Cristina Alves e Jorge Gabriel conduziram um painel de entrevistas e actuações
que tiveram início com uma conversa com Macedo Vieira, Presidente da Câmara
Municipal, e a dança do Grupo Recreativo e Etnográfico Tricanas Poveiras. Concordando
que a pesca já não é garantidamente o principal modo de subsistência dos
poveiros, Macedo Vieira falou da aposta do município no Turismo de uma cidade,
que a partir dos anos 40/50 reconheceu os efeitos terapêuticos do sol e das
águas do nosso mar, em complementaridade com a oferta cultural que desde cedo
proporciona com o Cine-Teatro Garrett e o Casino da Póvoa. A edilidade
referiu-se, ainda, às diversas actividades económicas que se entrecruzam num
concelho que não se dedica exclusivamente à pesca mas que tem uma actividade
agrícola extensíssima, lembrando os campos masseira da Estela cuja produção
serve para exportar para vários países e ainda as freguesias de Balasar e Rates
que são das mais importantes zonas da bacia leiteira do Vale do Ave. Forma
exacerbada de gostar da sua terra, coragem e inteligência foram as
características dos poveiros destacadas pelo autarca que assumiu que prestes a
chegar ao fim de mais um mandato fez mais do que aquilo que pensava fazer,
citando as duas grandes obras concluídas recentemente, Avenida Mousinho de
Albuquerque e Praça do Almada, o saneamento que em breve espera ver terminado e
o maior desafio que será a construção de um novo Mercado Municipal.

A
tradição e costumes poveiros foram partilhados por Maria do Desterro, a
representar a mulher do pescador poveiro, que falou do pregão da venda do
peixe, Manuel Cavalheira, conhecido pela experiência de longos anos a dedicar-se
à pesca e ainda Manuel Agonia, mestre da Lancha Poveira, embarcação tradicional
da Póvoa de Varzim. Outro elemento simbólico da nossa cidade é a camisola
poveira, peça de lã branca bordada em ponto de cruz com motivos em preto e
vermelho produzida por dezenas de artesãs poveiras
que destinam a sua produção às casas de artigos regionais, e que faz parte do
traje do Rancho Folclórico Poveiro que presenteou o público com a sua actuação.

A
gastronomia poveira também mereceu destaque com a típica rabanada, a
francesinha poveira e a pescada poveira, entre outros pratos que têm o peixe
como ingrediente principal. Reconhecendo a gastronomia como um produto
turístico de relevante importância no contexto da oferta de uma região, Afonso
Oliveira, Vereador do Pelouro do Desenvolvimento Socioeconómico, assegura
qualidade turística neste sector que aliado à oferta cultural e de lazer se
assumem como preocupações principais do vereador que afirmou a vocação da
cidade para o Turismo.

Num
circuito de memórias, o Verão Total também visitou o Ecomuseu e a Igreja
Românica, em São Pedro de Rates e a Biblioteca Diana Bar, espaço emblemático
situado no areal poveiro e escolhido pelo escritor José Régio para tertúlias
com os amigos e onde escreveu alguns dos seus últimos livros. Num regresso ao
passado, houve ainda lugar para a recriação do dia-a-dia dos nossos
antepassados e representação do combate decorrido aquando da invasão dos
romanos à Cividade de Terroso.

Emanuel e a sua Banda, Ágata, Ménito Ramos,
Joana Melo e muitos mais conferiram momentos musicais de muita animação que
encheram de alegria a Praça do Almada, no centro da cidade.