Aires Pereira começou por agradecer, em nome do Município, o convite feito para “vir até ao vosso espaço e conhecer melhor aquilo que é o trabalho desenvolvido dentro desta casa”.

O Presidente transmitiu que “todos nos estamos a conhecer melhor porque, o facto de ter sido durante quase 25 anos Vice-Presidente, fez com as pessoas criassem a ideia de uma pessoa mais distante, rígida e rigorosa”, justificando que “esse é, efetivamente, o papel de um Vice-Presidente da Câmara que tem, de alguma forma, a responsabilidade de dirigir o Município sob o ponto de vista daquilo que é o seu dia-a-dia e daquilo que são as relações com os seus trabalhadores e com a cidade”.

O autarca explicou que “ao longo destes meus sete meses de mandato, tenho tido uma preocupação muito grande em ir a todos os sítios e mostrar a disponibilidade do Município para, com todos, construirmos uma cidade mais solidária, mais coesa e socialmente mais equilibrada e, portanto, ninguém está dispensado de participar neste esforço”.

Aires Pereira reconheceu que “naturalmente, se não tivessem esta vossa atividade, alguns estariam já impossibilitados de sair de casa, outros com um desânimo total que não teriam vontade de aparecer. O percurso que têm feito ao longo destes últimos sete anos dá-vos a legitimidade de parceiro social do Município e o Município tem a obrigação de, convosco, construir uma universidade melhor, um espaço onde tenham melhores condições e um espaço onde se sintam integrados, o espaço da cidade”.

Neste sentido, o Presidente esclareceu: “daí, termos convidado, este ano pela primeira vez, a Universidade Sénior como parceiro social do Município a participar, dentro daquilo que são as vossas atividades e disponibilidade, no encontro das associações e do concelho que fazemos durante quatro dias no Parque da Cidade. Uns dias no parque é um evento que procura, acima de tudo, que todos se conheçam melhor e sintam que fazem parte da sociedade poveira”.

O Presidente referiu-se ainda à “enorme alegria e vontade de aprender” que todos transmitem na Universidade, salientando “a experiência da vida, de uma vida familiar, profissional que tiveram ao longo de 60,70 e alguns 80 anos. Esse é, sem sombra de dúvida, o melhor património que nós, humanos, podemos ter: o nosso conhecimento acumulado e a nossa capacidade de o transmitirmos às novas gerações”. A título de exemplo, referiu-se ao Presidente do Rotary reconhecendo que “é uma pena se não aproveitarmos aquilo que o nosso amigo José de Azevedo sabe das coisas da Póvoa e se ele não nos consegue transmitir todo o património que possui na sua cabeça e levou 79 anos a acumular. Temos obrigação de partilhar este nosso conhecimento com as novas gerações, procurando a integração com os mais novos”.

Quanto ao papel que todos desempenham na sociedade poveira, “é um papel que tem que ser reconhecido pelo responsável máximo, e eu enquanto Presidente da Câmara, queria deixar-lhes aqui a minha total disponibilidade para convosco continuar a colaborar e a criar melhores condições de trabalho. À semelhança do que já aconteceu este ano com a cedência das instalações desportivas. A Câmara só podia, naturalmente, dizer que sim, até porque as instalações são vossas, têm que estar ao dispor de todos os poveiros”, transmitiu Aires Pereira.

O Presidente quis ainda deixar uma palavra ao Rotary, entidade responsável pela Universidade Sénior, que no dia 16 de junho vai ser homenageado pelo Município da Póvoa de Varzim com a mais alta distinção que o Município tem para oferecer a uma instituição: a Medalha de Reconhecimento Poveiro Grau Ouro. O edi destacou o papel importante que grande número de rotários teve nos últimos anos, desde “Presidentes de Câmara, Presidentes de Assembleia, Vereadores, Provedores da Santa Casa, tertúlias de discussão dos assuntos que interessavam à Póvoa, força de discussão que muitas vezes auxiliou a Câmara a tomar decisões no sentido certo. Portanto, o mínimo que o Município podia fazer era dar-lhe o reconhecimento público pelo trabalho que todas as pessoas envolvidas têm desenvolvido e pelo património que nos deixa”.

José de Azevedo, Presidente do Rotary Club da Póvoa de Varzim, considera que a visita do Presidente da Câmara Municipal à Universidade Sénior transmite o reconhecimento, por parte da autarquia poveira, do valor e interesse que a instituição tem para a sua comunidade.

O Coordenador-Geral da Universidade Sénior transmitiu que “foram 7 anos em crescendo, que resultaram em aprendizagens, companheirismo, amizades e realizações pessoais, com muito trabalho investido pelas 3 direções que por cá passaram e pelos muitos docentes que trabalhando em voluntariado o fazem com o melhor profissionalismo, mas tudo valeu a pena, pela alegria que sentimos todos, todos os dias e nos basta como recompensa, compensando-nos”.

Quanto à oferta curricular, Miguel Loureiro informou que, “no ano letivo que acaba brevemente, temos 18 Disciplinas, concretamente: Inglês I, II e III, Alemão I, História, História d’Arte em Portugal, Literatura Portuguesa, Filosofia, Psicologia, Informática/Iniciação, Informática/Internet, Oficina de Artes Visuais, Música/Coral, Cavaquinhos I e II, Cuidados de Saúde, História(s) da Póvoa e Yoga. Acrescentamos mais 2: Ginástica e Hidroginástica, na Varzim Lazer, proporcionadas gratuitamente pela Câmara Municipal a que preside. Como atividades extracurriculares, temos um Grupo de Cavaquinhos, um Grupo de Fados de Lisboa e de Coimbra, uma Tuna, um Coral e Cinefilia. No próximo ano letivo, teremos, pelo menos, 4 novas disciplinas: Solfejo, Fotografia digital, Tablets e Smartphones, a que tentaremos acrescentar mais um nível de Inglês e de Alemão.

Quanto aos Docentes, que emprestam o seu saber acompanhado de carinho, são 16. No que respeita a Alunos, são 170, sem contar com os docentes que podem frequentar as disciplinas que pretenderem”, esclareceu.

Em relação ao próximo ano letivo, que começa já em outubro, o Reitor transmitiu que “tememos, mas não temos medo, que ultrapassarão os 200, não só pela visibilidade crescente da instituição, pelo preçário acessível a muitos (30€ de inscrição, 10€ por 1 disciplina e 5€ por cada disciplina a mais, sem compromissos futuros), mas também pelo boca-a-boca”.

Em jeito de balanço Miguel Loureiro clarificou “em primeiro lugar e como primeiro objetivo, conseguimos transformar este espaço num “lugar”, um território de todos, para todos e para quase tudo, um ponto de encontro e de ancoragem. Em segundo lugar e como segunda meta, conseguimos descentralizar tarefas, incentivar a formação de equipas de alunos, aproveitar as suas competências e concretizar ideias. Em terceiro lugar e como terceira baliza, conseguimos apelar à solidariedade com outros de outros lugares, quer em géneros, com um Cabaz de Alimentos para o GUS, quer em generosidade, com ensaios da “Tuna-DinosSeniores” em Lares da 3.ª Idade”.

Áurea Bourbon, enquanto representante dos alunos e aluna fundadora da Universidade, referiu que, “após 7 anos, todos os alunos fundadores continuam na Universidade, com muitos mais. Nasceu, ao longo do tempo, uma grande amizade entre as pessoas”, constatou, acrescentando que “foram anos muito bons os que aqui se passaram e chegamos à conclusão que voltar aos bancos da escola tornou as pessoas mais jovens e dinâmicas.

No presente ano letivo, as pessoas foram trazendo amigos e, de um universo de cerca de 90 alunos no 1º ano da Universidade, temos cerca de 180 alunos, neste momento”, informou.

“Nesta casa, respira-se alegria e vontade de fazer sempre mais e mais”, transmitiu, destacando “a dinâmica do Reitor Miguel Loureiro que obriga a que todas as semanas tenham atividades, o que tem sido muito bom para todos”.

Áurea Bourbon transmitiu que “cerca de 60 alunos de um universo de 180 já passaram os 70 anos; a aluna mais velha tem 89 anos; temos dois professores com mais de 80 anos. Mas aqui não há velhos, há seniores com alegria de viver”, advertiu.

Referiu-se ainda às atividades em que participam, nomeadamente, de cariz solidário, e à possibilidade de praticarem atividades físicas nos equipamentos municipais.

Realçou a relação “espetacular” que existe entre alunos e professores, que é também uma “relação de amizade”.

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