Até 21 de março, está patente, na Árvore – Cooperativa de Atividades Artísticas, no Porto, a exposição de pintura “Tons de Sons” de Afonso Pinhão Ferreira.
Com Curadoria de Isabel Ponce de Leão e José Rosinhas, a exposição conta com mais de duas dezenas de obras em que o artista retrata músicos, instrumentos musicais, o ato musical, o corpo musical e a música corporal.
A inauguração da exposição realizou-se ao final da tarde da passada sexta-feira, 6 de março, e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, que presenteou o artista com uma edição especial d’O Poveiro com a seguinte dedicatória: “Ao Professor Doutor Afonso Pinhão Ferreira, num momento de criação artística maior, agradecendo toda a entrega à nossa comunidade”.
No seu discurso, Afonso Pinhão Ferreira confessou “gosto de arte, não fosse ela a suprema manifestação humana. A arte humaniza a vida e permite viver para além de existir, faz despertar de uma existência conformista para uma vivência ativista. Gosto da arte porque provoca o desigual, porque é contra a lógica homogeneizante, e estimula a negatividade à igualização e ao consumismo”.
O artista expressou que estava feliz por expor na Cooperativa Árvore, que definiu como “refúgio educativo e polo divulgador e escola de quem se interessou e interessa pela arte”.
Sobre o título que escolheu para a exposição “Tons de Sons”, explicou que “apesar da mostra versar sobre os sons dos instrumentos e o som das vozes, o som melódico, eu quero falar-vos de silêncio”, acrescentando que “aprendi a desligar-me do mundo com a minha dedicação à arte”.
A este propósito, transmitiu que “é essa mensagem que vos quero deixar: aprender a desligarem-se do mundo. A arte é tão indizível quanto é percetível. Na arte, o artista coloca os segredos que se escondem dentro do seu silêncio”, revelando que “o que a arte mais me trouxe foi, portanto, uma forma de me desligar do mundo, de encontrar o meu silêncio, de me conhecer bem melhor e de me sentir eu próprio. Na arte descobrem-se coisas para fazer, deixando-se de estar prisioneiros da futilidade, fugimos do encarceramento do marasmo e da monotonia e libertamo-nos”.
Afonso Pinhão Ferreira revelou ainda “sinto-me livre quando pinto. A arte vive de contemplação e a contemplação exige que procuremos o silêncio, e é lá – no silêncio – que se encontra o inexplicável, o mistério, o indizível, a alma. O silêncio é a alma do mundo”. E terminou, dizendo: “se encontrarem o vosso silêncio numa exposição chamada “Tons de Sons” sentir-me-ei totalmente realizado”.
Amante das artes, e paralelamente ao seu curriculum académico e clínico – Professor Catedrático da Universidade do Porto e Médico Dentista, especialista em Ortodontia -, Afonso Pinhão Ferreira dedica-se, desde 1992, à pintura e à escultura. Na pintura tem dado preferência ao retrato, tendo até ao momento executado mais de 300 trabalhos que podem ser visitados em https://apinhaoferreira.blogspot.com/. Contando já com a organização e curadoria de mais de 20 exposições, desde a fundação em 2012, é Diretor da Galeria de Arte Ortopóvoa, cuja missão é divulgar obras de arte.