Inês Pedrosa apresentou a autora, Leonor Xavier, e o seu mais recente livro, Casas Contadas. Recordando a mesa em que foi moderadora ontem à tarde, onde Manuel da Silva Ramos, munido de luz e capacete “tornou-se um mineiro”, Inês Pedrosa considerou a obra de Leonor Xavier “uma mina com várias galerias” e com uma “escrita sedutora, mas não manipuladora e com um ritmo musical fortíssimo”. Casas Contadas percorre todas as treze  moradas da escritora ao longo da sua vida, cinco das quais no Brasil. Ao longo do livro, Leonor Xavier conta, não só a sua própria história, como também a história dos dois países onde habitou, Portugal e Brasil. A autora referiu que “todas as vidas têm história, por isso, todas as vidas davam livros”.

Vítor Silva Mota, da Editora Asa, explicou que a História com recadinho veio juntar-se a outras obras de Luísa Dacosta na Biblioteca Completa da escritora que a editora tem vindo a publicar. Luísa Dacosta, antes de qualquer outra coisa, levantou-se e advertiu: “fui professora toda a vida e só consigo falar de pé!” E foi de pé que folheou, orgulhosamente, a reedição da sua história (a primeira edição é de 1986). “Mesmo que depois fale menos”, brincou, “tenho que vos mostrar as ilustrações da Cristina Valadas, que é uma grande pintora, e que fez este trabalho maravilhoso”. Aquando da primeira edição, a História com recadinho mereceu uma crítica pouco positiva de uma revista. Luísa Dacosta ficou “bastante desiludida com essa injustiça” e, hoje à tarde, manifestou o seu desagrado, “até porque”, recordou, “recebi uma carta de um menino, na altura, que dizia: Luísa, gosto muito de ti. A História com recadinho é uma história de sonho e liberdade que nos faz sonhar”. Uma bruxinha decide fugir do reino das bruxas (um «mundo de trevas, árvores mortas e aves agoirentas») para o mundo dos homens (onde havia «tantos brilhos, tantas cores e tantos perfumes»), numa tentativa de encontrar um local onde pudesse «dar largas à sua alegria e ao seu humor benfazejo». Mas, para seu espanto, também o mundo dos homens, apesar da sua beleza exterior, se revelou um mundo de trevas pelo obscurantismo dos seus preconceitos!

Finalmente, Manuel Valente apresentou Ricardo Menéndez Salmón. O editor sublinhou que “se há escritores que me dão prazer apresentar, o Ricardo é um deles. Em Espanha é já considerado como um dos autores mais importantes do país”. Quanto à obra, o editor explicou que faz parte
de uma “trilogia do Mal”. Ricardo Menéndez Salmón acabou por informou que “neste segundo livro da trilogia uma terrível ameaça recai sobre Promenadia, uma pacata cidade costeira”. Um assassino em série, que seduz vítimas e verdugos, actores e espectadores, transforma-se na sombra da comunidade. Os pilares de uma sociedade de escassos valores são infectados pela chaga do Terror – um prenúncio da derrocada – a que ninguém, nem mesmo Manila, o cismático polícia encarregado da investigação dos vários crimes, fica imune.