JULIETTA / 25 setembro

 

Sinopse

Julietta [a personagem] está pendurada num trapézio. Joga inocente, como a menina que é, desfruta do espaço, em movimento, o risco. Não sabe o que a espera. Sílvia [a actriz] está pendurada num trapézio. Consciente arrisca, como a mulher adulta que é. Desfruta do jogo, do vértigo, do silêncio. Sabe perfeitamente o que a espera.

Julietta recebe o anúncio, dentro de poucos dias casará com Paris. O tempo acelera e faz zig zag no espaço aéreo que a circunda, que a contém, que a desespera. Larga-se ao vazio, fala consigo mesma, arma estratégias, nega-se, enfrenta-se, mas a lei paternal impõe-se, deverá ir a uma festa e conhecer o seu pretendente.

Julietta dança. Sílvia dança.

Ambas se enamoram, uma sabendo o seu destino cruel.

A outra, inocente nos preâmbulos da vida.

A dança do amor, do descobrimento.

Mas o desejado é um inimigo.

Não dela mas da sua família.

Mas o desejado mata o seu primo.

Mas o desejado é deportado.

Sílvia diz com palavras, gestos, lágrimas e tropeços.

Julietta deve casar-se com quem seus pais decidiram.

Uma cura dá-lhe um fármaco mágico.

Irá fazer-se passar por adormecida e despertará quando os convidados da festa já estiverem pensando noutra coisa.

O padre avisará Romeu e fugirão juntos.

Mas a mensagem não chega e aparece o Romeu para ver a sua amada morta.

Julietta desperta junto ao cadáver do seu amado.

Sílvia chora. Lágrimas de verdade. Torrentes. Cataratas.

Julietta mata-se. Cerimónia ritual. Infinitamente repetida.

Sílvia transpira. Ela sabia mas não pôde fazer nada para a salvar.

 

Ficha Técnica: Com Sílvia Balancho / Texto e encenação Claudio Hochman / Música César Viana

Baseado em Romeu e Julieta de William Shakespeare

 

Historial:

 

A Shakespeare Women Company nasce em Lisboa com o propósito de realizar unicamente obras de Shakespeare ou peças inspiradas nos seus textos. Apresentamos espectáculos unipessoais e multipessoais e propomo-nos a investigar as mais variadas formas teatrais, sempre com uma dinâmica de acordo com os tempos que correm (e correm de verdade!).

A companhia pretende dar uma reviravolta ao teatro isabelino. Enquanto que naquela época os cenários eram território exclusivo dos homens, nós elegemos a mulher como protagonista.

As mulheres interpretam tanto os papéis femininos (que conhecem como seu próprio corpo), como os masculinos (que conhecem mais que o seu próprio corpo). O resultado final não pretende dar nenhuma lição feminista, reivindicativa nem ideológica, simplesmente busca emocionar e divertir o espectador.

 A nossa primeira estreia foi Julietta em Julho de 2005 e em Fevereiro de 2006 apresentámos Príncipe Fim, sobre “Para bom fim não há mau princípio”. Ambos os espectáculos estreados no Auditório Augusto Cabrita no Barreiro, Portugal.

Claudio Hochman, director da companhia, especializou-se em adaptar e dirigir as obras do dramaturgo inglês na Argentina, Espanha e Portugal.

Esta companhia não é feminista, nem machista, nem persegue nenhuma orientação ideológica, política, reivindicativa, nem nada que se pareça, só se propõe contar histórias que peguem no coração dos espectadores, que os surpreenda, que os faça pensar, que os divirta, que os emocione…

Esta companhia faz as suas obras em três idiomas, português, espanhol e inglês.