As cerimónias comemorativas terão início às 17h30, com o descerramento da placa evocativa na casa onde viveu, na Praça da República, nº 15.

Às 18h00, no Salão Nobre da Câmara Municipal, haverá uma sessão filatélica e alguns testemunhos evocativos.

Em Toponímia da Póvoa de Varzim, vol. II (1973), pode ler-se, escrito pelo seu irmão Jorge Barbosa: “Fernando Barbosa durante um fecundo período de trabalhos escolares, quer lecionando quer estudando, ainda conseguiu tempo para se dedicar e apaixonadamente, de alma e coração, aos assuntos da sua terra, que tão dedicadamente serviu.

Foi vereador efectivo da Edilidade poveira (desde 1955), Presidente da Comissão Municipal de Turismo, Director do Museu (sucedeu nesse cargo ao seu fundador, o grande etnógrafo poveiro Santos Graça, que muito o considerava) e Director da Biblioteca Municipal, que reorganizou e catalogou em moldes modernos. Com cerca de 8500 volumes, foi então (1955) instalada no edifício dos Serviços Municipalizados, na rua do Dr. Sousa Campos, nº 1 (esta Biblioteca Municipal, que desde 1932 estava à guarda do Liceu Nacional de Eça de Queirós, então instalado no velho edifício da Fábrica do Gás, foi em 1965 transferida para o salão de audiências do antigo Tribunal, no edifício da Câmara, e recebeu o nome de Biblioteca Municipal Rocha Peixoto).

Fernando Barbosa fundou e dirigiu o Boletim Cultural «Póvoa de Varzim», edição da Câmara Municipal, de cuja direcção saíram quatro números distribuídos por dois volumes (1958 e 1959). Segundo as palavras de outro poveiro, o Dr. Flávio Gonçalves, que em 1964 sucedeu a Fernando Barbosa na direcção do Boletim, é este um apreciável «repositório da história, dos costumes e da vida da nossa terra», sendo, por si só, um motivo «suficiente para que os poveiros guardem fundo respeito pela memória do Professor Fernando Barbosa».

Fernando Barbosa faleceu em 1 de Outubro de 1962, na sua residência à Praça da República (antigo Largo de S. Roque) nº 15, conservando uma lucidez de espírito e uma fortaleza de ânimo admirável até aos últimos momentos.

Fernando Barbosa, de um porte moral irrepreensível e de uma correcção deixou-nos um exemplo de extrema modéstia e de total dedicação ao trabalho, consagrando-se devotadamente ao estudo da história da sua terra, que tanto estremecia. Desapareceu prematuramente, no auge do seu fecundo labor e quando muito ainda havia a esperar da sua operosa actividade”.