Afinal, tal como anunciado na conferência de apresentação do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, os escritores e os livros catalães estão em destaque nesta 21ª edição. O intuito é dar a conhecer aos leitores lusos o tesouro escondido da literatura catalã, com mais de duas centenas de livros traduzidos para português.

Marta Orriols veio apresentar-nos Aprender a Falar com As Plantas, um romance sobre o luto e a perda. A morte do seu marido impulsionou-a a escrever sem complacências, mas com subtis fulgurações.

Segundo a autora, a literatura catalã é muito diversa e essa diversidade é atrativa. “Todos os géneros e temas podem ser encontrados e não tem qualquer complexo em ser falado por poucos no mundo”.

Melcior Comes considera que existem escritores catalães com a mesma qualidade de grandes nomes da literatura europeia e abordando temas fraturantes para a sociedade atual, tal como o feminismo. Para o escritor, a literatura catalã é ainda um segredo bem guardado mas que, futuramente, espera que cause espanto nos leitores de todas as línguas pela sua qualidade. Segundo Melcior Comes, o mercado tem reticências em acolher um escritor catalão: “é mais frequente um autor apresentar o seu trabalho na Alemanha ou na França do que em Madrid”.

Laia Malo contou que “em Espanha perguntam-me porque não escrevo em castelhano para vender mais livros e ter mais sucesso. Acontece que eu tenho uma banda e cantamos em catalão e quando viajamos para outros países ninguém nos pergunta porque não cantamos em castelhano ou inglês. Isso apenas acontece em Espanha”. Malo afirmou que um dos seus desejos é ler Florbela Espanca em catalão.

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