Antes de mais é importante enviar um abraço amigo e solidário à sua mulher, a também escritora Carmen Yáñez e à família.

Depois agradecer a sua amizade e o seu grande contributo, não só para a criação do Correntes d’ Escritas, de que foi um grande impulsionador, e reconhecer a importância da sua participação na primeira edição e seguintes.

Organizador do Salón del Libro Iberoamericano de Gijón no qual se inspirou o Correntes d’ Escritas e com o qual manteve uma parceria desde a sua primeira edição, Luís Sepúlveda foi um dos autores assíduos do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica tendo participado em mais de 10 edições, foi sempre um dos escritores mais esperados e solicitados pelo público.

Autor de um dos romances mais lidos, O Velho que lia Romances de Amor, e da História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar, as suas intervenções eram das mais aguardadas nas mesas redondas, nas escolas, nas sessões de autógrafos.

Luís Sepúlveda era também um dos escritores mais entrevistados pelos jornalistas.

Grande contador de histórias com muito para contar, memórias e experiências de uma vida de exilado, refugiado, preso político no Chile, vítima do regime de Pinochet, foi sobre a Liberdade a sua última intervenção pública ao participar, na 21ª. Edição do Correntes d’Escritas, na mesa “Era uma vez a Liberdade”. Definiu-a como “a suprema aspiração de um homem e a síntese perfeita de tudo o que se pode alcançar”, como “uma soma de direitos durissimamente conquistados”.

O ativista, refugiado e exilado, Luís Sepúlveda rapidamente captou a atenção da plateia do Cine-Teatro Garrett, recorrendo ao grande clássico de cinema norte-americano Spartacus, com Kirk Douglas no papel principal, para apresentar uma alegoria fortíssima à liberdade: “no final da película, o legionário pergunta aos escravos quem é afinal Spartacus e, um por um, todos dizem «eu sou Spartacus». Eles fazem-no reconhecendo que desta forma estariam a assinar a sua condenação à morte, mas dão esse passo necessário porque é o preço a pagar pela liberdade, ainda que não viessem a usufruir dela”.

Aquando da sua passagem pela Póvoa de Varzim, Luís Sepúlveda e Carmen Yánez foram convidados do programa da RTP1 “Todas as Palavras”, episódio 10, gravado na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, e emitido a 6 de março de 2020.

Recorde a participação do escritor no Correntes d’Escritas ao longo dos anos:

Entre mim e o que escrevo, o purgatório

Correntes à conversa: “A fotografia revela o que escondem as palavras”

O balanço de três dias entre livros, palavras e emoção

Talento e os seus juros em reflexão na última Mesa

Luis Sepúlveda e Daniel Mordzinski juntos nas Últimas Notícias do Sul

Correntes d’Escritas começa quinta-feira. Venha. Sinta-se em casa.

Não vos subestimeis uns aos outros” – última Mesa emociona e surpreende

Correntes d’Escritas: aproxima-se a hora do adeus

Paixão, humor e amizade em noite de novos livros

Sepúlveda e Sofia Marrecas Ferreira trazem novos livros à Póvoa de Varzim

Póvoa de Varzim presente no XII Salão do Livro Iberoamericano de Gijón

A necessidade de contar histórias – Luis Sepúlveda na Póvoa de Varzim apresentou novo livro de ficção

Correntes d’Escritas: cumplicidades honradas – data da edição de 2008 já definida

O regresso de Luis Sepúlveda – nova obra de ficção apresentada na Póvoa a 27 de Outubro

Uns pelos Outros – Cinema e Literatura na primeira mesa do Correntes d’Escritas

E ainda a entrevista à Norte Litoral TV, em 2018, no 19º Correntes d’Escritas

Luis Sepúlveda nasceu no Chile em 1949. Romancista, realizador, roteirista, jornalista, ativista politico, viveu em Gijón, Espanha e faleceu hoje, dia 16 de abril de 2020.