Trata-se do resultado de um estudo sobre os campeonatos nacionais a ser elaborado para a Federação Portuguesa de Natação por Vítor Raposo e Jorge Torres, que estiveram e ainda estão ligados à modalidade há mais de 4 décadas, como praticantes, treinadores e diretores.

O trabalho insere-se numa obra mais vasta que os autores realizam, há mais de uma década, sobre a História da Natação Portuguesa, que tem vindo a ser entregue por temas e anualmente à Federação. A conclusão da História está prevista para 2017, segundo os autores, que ainda se encontram a dialogar com a FPN a melhor forma de publicação e divulgação desta obra.

Na natação pura, o primeiro título nacional ocorreu a 14 de Outubro de 1906, na prova Meia Milha, na baía do Alfeite. De então para cá foram 520 os campeonatos nacionais organizados, que tiveram títulos em disputa. Em masculinos, 2681 nadadores inscreveram o seu nome nas listagens de pódio nacional, quer em provas individuais quer em estafetas, enquanto o setor feminino regista 2007 nomes.

É com agrado e bastante orgulho para o município poveiro que se verifica o nome de Adriano Niz em 5º lugar dos nadadores com mais de 100 títulos nacionais conquistados  – Adriano aparece no top com 174 pódios (medalhas de ouro, prata e bronze), sendo de salientar que é o atleta mais novo do quadro dos seis melhores nadadores nacionais desde 1906.

De resto, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim já havia reconhecido, em novembro do ano passado, este talento desportivo, aquando da Gala Desportiva da Póvoa.

Neste novo estudo, Rui Paulo Borges é quem ocupa a 1ª posição, com 207 medalhas de ouro no total de 283 pódios alcançados. Seguem-se Paulo José Frischknecht (2º), que tem 151 medalhas de ouro e Nuno Laurentino (3º), com 137. Acima de Adriano Niz (5º), que tem 100 medalhas de ouro, está Sérgio Esteves (4º), com 107. José Gomes Pereira é o 6º classificado desta lista de campeões, com 100 medalhas de ouro, as mesmas que Adriano Niz (mas tem menos pódios: 151).

As subidas ao pódio são apenas um dos aspetos de entrada no ranking, que é mais ou menos enriquecido no historial de cada atleta consoante o chamado “medalheiro”, isto é, o número de medalhas de ouro, prata ou bronze conquistadas. O que determina o ranking são mesmo os títulos de campeão nacional, isto é, as medalhas de ouro acumuladas por cada atleta.

Assim, como referência, Adriano Niz contabiliza 100 primeiros lugares (ou medalhas de ouro) no cúmulo de provas Individuais + Estafetas, contra os 207 do 1º do ranking; tem 47 medalhas de prata, as mesmas que o 1º e 2º classificados; no bronze conquistado, Adriano Niz conta 27, próximo do 1º e do 3º do ranking, que têm ambos 29, embora esteja à frente do 2º classificado, que apenas conquistou 14 medalhas de bronze.

Para o atleta, prestes a completar 29 anos, o estudo é “inédito” revelando que se encontra na “elite da natação nacional”, o que constitui “uma grande satisfação”, admitindo: “Sabia que tinha sido um dos melhores nadadores da minha geração por todos os meus resultados, mas agora saber que estou no top 5 em 108 anos de natação é um orgulho imenso. Estar no meio de grandes nomes e à frente de outros, que são meus ídolos, é um sentimento de dever cumprido em tudo o que dediquei a esta modalidade”.

Adriano Niz considera que todo o trabalho e dedicação valeram a pena e, por isso, sustenta: “não me arrependo de nada”.

O atleta poveiro está agora focado na preparação para os Nacionais de Clubes, em Abril. “E no final da época, em Agosto, vou tentar o apuramento e participação nos Mundiais de Masters, com o objetivo de lutar por um lugar no pódio e, quem sabe, pelo título de campeão do mundo deste escalão”, afirmou Adriano Niz.