Intitulado “10 anos a (des) construir o acolhimento Institucional”, o evento versou sobre os desafios e práticas no ato de acolher crianças institucionalmente. Através do debate, refletiu-se sobre as questões científicas, técnicas e éticas que se levantam a partir da intervenção quotidiana realizadas por técnicos no acolhimento a crianças, bem como as relações entre escola e instituições de acolhimento. Identificaram-se ainda práticas positivas que podem e devem ser valorizadas no acolhimento de crianças.

Os três debates do seminário aprofundaram os temas do “acolhimento de crianças em Portugal”, das “boas práticas no acolhimento de crianças” e da “Educação e direitos das crianças no acolhimento”.

A sessão de encerramento contou com a participação da diretora da Casa do Regaço, Luísa Tavares Moreira, e do diretor da ESEPF, José Luís Gonçalves.

Luísa Tavares Moreira agradeceu a todos os técnicos e instituições pela presença no evento e manifestou a sua gratidão à ESEPF, por “todo o apoio que nos deu”, particularmente na pessoa do diretor da escola, que considera “um amigo de longa data e um companheiro nestas lides”. A diretora do Regaço manifestou a sua tristeza por ver destacado diariamente nos jornais “o que de mau se faz” e louvou o “trabalho excecional feito por inúmeras instituições deste país” como “a razão que nos trouxe aqui para comemorar os 10 anos da instituição”.

José Luís Gonçalves aproveitou a oportunidade para saudar o entusiasmo revelado por todos os participantes no seminário e a generosidade do Regaço e da Cruz Vermelha, destacando o papel decisivo dos técnicos, que “todos os dias decidem presentes e futuros, tornando-se participantes de um sistema de decisão acerca dos destinos de vida das pessoas”.  

O diretor da ESEPF falou numa “responsabilidade tremenda, mas bonita” das pessoas que lidam diariamente com estas crianças, reforçando que vale a pena lutar diariamente para “restaurar a dignidade de todos aqueles que dela não usufruem por motivos vários”. “Quando alguém é capaz de sair das nossas instituições para a vida como pessoa integrada e feliz, nós cumprimos a nossa parte”, concluiu perante sentida ovação da plateia do Garrett.

A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim fez-se representar pela Vereadora do Pelouro de Coesão Social, Andrea Silva, que acompanhou a diretora da Casa do Regaço na sessão de abertura.

As comemorações dos 10 anos do Regaço terminam domingo, igualmente no Cine-Teatro Garrett, a partir das 17h00, com o lançamento do livro Histórias com Regaço II – Coletânea de Contos Infantis e o lançamento de uma série limitada de chávenas exclusivamente desenhadas pelos arquitetos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura. A apresentação da sessão estará a cargo da madrinha da Casa do Regaço, Fátima Campos Ferreira.

A Casa do Regaço, Centro de Acolhimento Temporário de crianças e jovens em risco, foi um sonho do Núcleo da Cruz Vermelha da Póvoa de Varzim tornado realidade em março de 2006. A sua missão consiste em proporcionar às crianças acolhidas a satisfação de todas as suas necessidades básicas em condições de vida o mais aproximadas possíveis da sua estrutura familiar, fomentar a sua valorização pessoal e social, a sua segurança, saúde, educação, formação, assim como o seu desenvolvimento integral.