Ricardo Viel explicou que 80% das palavras presentes nesta obra são da autoria do próprio José Saramago, incluindo alguns textos anteriormente desconhecidos, que permitiram que a “voz de Saramago falasse por si”. Grande parte das fotografias presentes foram igualmente tiradas por Saramago, com o objetivo de registar “o que já não é, o esplendor perdido” para um regresso a esse fulgor do passado, através da escrita.

Alejandro García Schnetzer sublinhou o “grande desafio” que foi trabalhar nesta obra nos últimos dois anos e capturar o espírito deste vulto da Literatura nacional e internacional. O escritor argentino considera que a fotografia era um dos muitos recursos de Saramago, “que escrevia a partir das suas imagens, autênticos auxiliares de memória que inspiravam as suas histórias e captavam todos os sentidos do ser humano”.

Para Vasco David, este projeto “de grande fôlego e pensado com muita ambição” tem ainda mais significado no ano do centenário do escritor galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1998. Questionado sobre o alcance desta obra, o editor esclareceu que Saramago – Os seus nomes irá ter repercussão internacional, com edição um pouco por toda a Europa e na América Latina.

Da cor da fotografia ao preto e branco da grande tela, a noite do Cine-Teatro Garrett encerrou com a exibição do filme “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, em colaboração com o Cineclube Octopus. Escrito por José Saramago, em 1984, este romance foi adaptado ao cinema por João Botelho e retrata Portugal e o Mundo, a ditadura, o fascismo, o nazismo, o amor e a poesia.

Consulte o programa completo e acompanhe o 23.º Corrente d´Escritas no portal ou nas redes sociais da Câmara Municipal, onde poderá assistir à emissão em direto da edição deste ano, através do Facebook ou do Youtube