Ivo Machado confessou que a sua relação com a música não é a melhor, “mas sempre convivi com homens e mulheres que a amavam e, por isso, também eu a aprendi a amar”. O poeta açoriano recolheu-se na música, em livros de memórias e em poesia – lida e escrita – nos dois últimos anos: “a poesia, lendo-a ou escrevendo-a, foi a grande companheira porque só ela é a minha grande verdade e a minha grande mentira”; até porque, e como indaga o próprio, “O que é um grande poeta? Aquele que canta”.

Para Cláudia Lucas Chéu “a beleza não é um lugar para cobardes. Não há belo sem justiça, o poema antes de ser objeto é som”. Segundo a poeta lisboeta, que também tem trabalho realizado na área da dramaturgia e argumentação, “O sucesso para um poeta é pior do que nada, a poesia não é boa nem má, o que importa é coragem”.

Já José Alberto Postiga relembrou a sua última campanha, no Mar do Norte, em 2000. Às 4h00, as sirenes tocavam dando tempo apenas para “vestir uma camisola poveira, dois pares de calças e umas botas dois números acima, não fosse o diabo tece-las e tivéssemos que as tirar à pressa. A duas semanas de terminar a campanha, o navio naufragou”. O escritor poveiro afirmou ter “reencontrado”, esta tarde, na melodia em análise o Isaac, um companheiro que o ensinava e protegia nesse lugar onde sempre que morre um náufrago é chamado um qualquer poeta para o relembrar.

Carla Pais encontrou o seu Cavalo morto na miséria fora das muralhas de Roma, mulheres velhas acompanhadas por um cão, à espera de uma moeda perdida. Para a escritora, pátria é aquela que acolhe, a que permite dar mundo aos teus filhos e dar mundo é prepará-los para a verdade, para a empatia de estender a mão ao outro.

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