Sobre a infância, transmitiu que a considera muito importante porque as primeiras experiências são as mais fortes, as que ficam. Neste sentido, é essencial as crianças estarem expostas a boas experiências porque as más ficam gravadas e a nossa vida fica marcada por elas para sempre. E isso, é traumático. Tive a sorte de ter uma infância feliz, revelou.

A este propósito, fez a analogia entre o cérebro e o computador, sendo que ambos estão formatados e todas as experiências ficam armazenadas. O cérebro é moldável toda a vida mas vai perdendo a capacidade de se moldar ao longo do tempo. Quanto mais vão crescendo, tudo vai enrijecendo, advertiu.

E sobre um sonho de infância, o Professor Catedrático revelou que, como gostava muito dos professores que tinha, queria ser professor. Adoro ensinar, confidenciou, acrescentando que a escrita é uma maneira de ensinar.

“É bom ter-se ideias, ideais e sonhos para a vida porque nos dão orientação. É preciso acreditar e querer”, aconselhou.

Questionado sobre nunca ter escrito para o público infanto-juvenil, Onésimo explicou que é preciso conhecer bem o mundo dos jovens e as suas aspirações para escrever para eles. “Não consigo entrar no vosso universo”, confessou. “Quando escrevo só estou interessado em comunicar ideias e quando comunicamos é muito importante usarmos linguagem que o outro entenda. Por isso, quando falo convosco, penso nos meus filhos quando tinham a vossa idade”.

E os seus filhos foram mote para o autor falar da educação e valores que considera fundamentais: “não cedia a questões muito simples como horas de deitar, das refeições e cumprimento de tarefas como trabalhos de casa e outros”.

Onésimo partilhou também uma experiência marcante da sua vida de estudante, da qual retirou ensinamentos para a sua vida futura.

O escritor açoriano realçou a importância da língua portuguesa, advertindo: “não se esqueçam de desenvolverem a vossa língua. O português é fundamental. A nossa rapaziada está a desperdiçar um instrumento elementar: expressar-se bem. Aproveitem a leitura e momentos de escrita”.

Sobre a preferência de falar a escrever, revelou que “gosto mais de conversar. Escrever é uma coisa muito solitária, um ato muito isolado. Não gosto de escrever, gosto de ter coisas escritas”, confidenciou, reconhecendo que, na vida, para alcançar determinadas coisas é exigido espírito de sacrifício.

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