Corsino Fortes

© Rui Sousa

Corsino António Fortes nasceu em 14 de Fevereiro de 1933, em Mindelo, ilha de São Vicente, Cabo Verde. Licenciado em Direito (Lisboa, 1966), veio a exercer as funções de delegado do Ministério Público e juiz de direito, em Angola, até ser exonerado a seu pedido, em Abril de 1975, do cargo de magistrado. Em 1974-1975, como militante activo do P.A.I.G.C. exerceu as funções de representante do Partido em Angola, de director-geral dos Assuntos Judiciários da República da Guiné-Bissau e de emissário especial da República de Cabo Verde junto dos Governos da República Popular de Angola e da República Democrática de São Tomé e Príncipe. Entre 1975 e 1981, foi embaixador extraordinário e plenipotenciário da República de Cabo Verde junto da República Portuguesa, desempenhando idênticas funções junto dos Governos de Espanha, França, Itália, Noruega e Islândia. Em 1981, foi nomeado secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro e, em 1983, secretário de Estado da Comunicação Social.

Em 1986, Corsino Fortes foi delegado plenipotenciário da República de Cabo Verde ao encontro de Unificação Ortográfica de Língua Portuguesa, realizado no Brasil.

Entre 1986 e 1989, regressa à diplomacia como embaixador de Cabo Verde junto da República Popular de Angola, exercendo idênticas funções junto dos Governos de São Tomé e Príncipe, Zâmbia, Moçambique e Zimbabué.

Entre 1989 e 1991, exerce as funções de ministro da Justiça pelo Governo de Cabo Verde. Em 1992 como consultor diplomático identifica o I programa PALOP a favor dos cinco países de língua oficial portuguesa financiados pela União Europeia (1992) e integra a equipa plurinacional    que identifica o II programa PALOP em 1998.

Hoje exerce as seguintes funções:

Presidente da Fundação Amílcar Cabral.

Presidente do Conselho de Administração da Impar – Companhia Cabo-Verdiana de Seguros.

Vice-presidente do Conselho de Administração da Caixa Económica de Cabo Verde.

Foi condecorado pelo Governo Português com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique e com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito; pelo Governo Francês com o Grand officier de L’ordre nacional du Mérite; e pela Presidência da República de Cabo Verde com a Ordem do Vulcão.

O autor nunca quis publicar em volume os poemas escritos até meados da década de 60, salvo poesias dispersas no jornal do 3º. ciclo liceal (1957), Boletim de Cabo Verde, no último volume da revista Claridade e na antologia da moderna poesia cabo-verdiana.

A obra poética que se resume na trilogia Pão & Fonema, Árvore & Tambor e Pedras de Sol & Substâncias, sob o título A Cabeça Calva de Deus, já foi objecto de vários estudos e faz parte de várias antologias em língua inglesa, brasileira, francesa, italiana, holandesa, etc.