A conversa foi moderada por Henrique Cayatte e principiou com a intervenção de Francisca Camelo. A poeta, diseuse e feminista agradece “sobretudo por aquilo que não teve de ver” e pede perdão por “escrever poemas de tristeza quando me pedem poemas de liberdade”. Rosa Alice Branco questionou se a liberdade “está a passar por aqui, como um pássaro, um comboio ou o vento que passa sem deixar rasto” e “exige vigilância e um trabalho de construção permanente”.

Luís Osório celebrou os 25 anos do Correntes d’Escritas, um evento que “todos os anos faz o compromisso entre os que vieram a primeira vez e os que vêm sempre e, todos os anos, consegue o extraordinário compromisso entre vivos e mortos. Aqui continuam a caminhar Luis Sepúlveda, José Saramago e tantos grandes nomes que vamos pressentimento”, num sítio onde “os privilegiados do sucesso não são mais que os que todos os dias lutam pelo seu lugar”.

A escritora angolana Telma Tvon deixou uma reflexão para o auditório: “por falar em liberdade, e se amanhã fosse o que eu sou todos os dias? Um eu tão preta! Estando eu no meio dos meus medos, vontades, verdades, no meio de um não centro. E se amanhã fosse eu, sendo preta, somente realidade indolor?”.

No seguimento da Mesa 10, o Cine-Teatro Garrett acolheu a apresentação de quatro novas obras: Miguel e Kiko no 25 de Abril, de Gisela Silva; Revista Palavrar – ler e escrever é resistir; Maus Hábitos, de Alana S. Portero; Na Terra dos Outros, de Manuel Abrantes. Veja todas as fotos das iniciativas desta edição aqui.

De modo a permitir que todos os cidadãos tenham acesso à programação do Correntes d’Escritas, em plenas condições de igualdade e de inclusão, esta edição contou com um intérprete de Língua Gestual Portuguesa em cada Mesa, resultante de uma parceria entre Município e a Associação de Surdos do Porto. Para os que não tiverem oportunidade de assistir presencialmente, os vídeos completos estão disponíveis no canal do YouTube da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim