Momentos antes de os escritores iniciarem a conversa com os alunos, o Grupo Coral Rocha Peixoto brindou os convidados com três músicas bem conhecidas e, no final, houve uma atuação de dança.

Posto isto, da vasta plateia de estudantes surgiram alguns alunos, que de uma forma engraçada fizeram a apresentação dos escritores.

Elisa Lucinda olhou para todos os jovens e disse “temos de ter uma conversa muito séria, sobre a Liberdade”, e assim, começou a sua intervenção, refletindo sobre a diferença entre a liberdade na Educação há uns anos e nos dias de hoje. Chegou à conclusão que aqueles jovens tinham muita sorte por estar a estudar, e por um dia mais tarde, terem o poder de seguir a sua vocação. Sobre a vocação mencionou, que nunca devem deixar de a ouvir, assim como, nunca devem deixar de sonhar.

Da Liberdade conduziu a conversa para a Arte, e lembrou que a mesma muitas vezes, não está nas escolhas quando se fala em seguir a vocação. Por isso mesmo, quem ainda não descobriu a sua vocação e pode estar inclinado para as Artes não pode fugir desse destino só pelo facto de, nos dias que correm, existirem profissões predefinidas pela sociedade. Mesmo antes de terminar, Elisa Lucinda disse: “A Literatura serve para ler o Mundo, para compreender o Mundo” e referiu que ler é a maneira mais barata de viajar e ao viajar conhecem-se não só lugares, mas também outras liberdades. Já no final, depois de ler um excerto do seu livro As Vozes Guardadas, incentivou os alunos a não trocarem a sua liberdade por nada.

Na outra ponta da mesa, estava Renato Filipe Cardoso, que deixou vários incentivos aos alunos. O primeiro foi o de procurarem sempre alternativas na vida e não se deixarem levar pelas correntes, “a não ser que seja pelas Correntes d’ Escritas”. O segundo aviso estava ligado à aventura, ou seja, cada um, segundo o Escritor, se deve aventurar naquilo que o faz ser diferente e único, pois ser diferente e único é bom e raro.

Depois de ler um texto, Renato Filipe Cardoso contou uma história, que o levou a desafiar todos naquele auditório a criar algo que possa mudar o Mundo, ainda que seja numa pequena escala e lembrou, que essa criação pode ajudar a fazer com que cada um se sinta livre.

Patrícia Portela revelou que os colegas escritores lhe tinham tornado a tarefa muito complicada e, sem mais demoras, debruçou-se no tema da Liberdade. Pegando no título do livro de Elisa Lucinda, As Vozes Guardadas, referiu que todos “temos vozes guardados dentro de nós e essas vozes falam para nós e temos de as ouvir”.  Mais à frente na conversa, agradeceu ao grupo que tinha apresentado a atuação de dança, por a ter feito viajar no tempo. Nessa viagem, que partilhou com os jovens, contou as peripécias do seu caminho até chegar à conclusão que por mais que fugisse da escrita, a escrita nunca a largava.

Já a terminar, leu uma parte do seu primeiro livro, Odília ou a história das musas confusas do cérebro, e no final, retomou a ideia inicial de que não adianta lutar contra a intuição, porque se chega sempre onde se tem de chegar.

Durante estes dias de Correntes d’Escritas, mais Escolas Básicas e Secundárias da cidade vão receber escritores.

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