Ao todo, são oito as exposições que constam do programa do Correntes d’Escritas, a maioria das quais se mantêm de portas abertas a todos os interessados após o término do festival deste ano. Depois da inauguração da exposição “Não o Prazer, Não a Glória, Não o Poder: A Liberdade, Unicamente a Liberdade”, hoje foram inauguradas a “Exposição Bibliográfica e Iconográfica comemorativa dos 25 anos das Correntes d’Escritas”, no Núcleo Museológico de S. Pedro de Rates, e a exposição “O Retrato das Palavras”, de Jorge Curval, na galeria Ortopóvoa.

No Cine-Teatro Garrett, teve ainda lugar uma visita guiada à exposição “Tu & Eu” e uma leitura performativa, “Suruba de Autores”, com a artista Susana Mendes da Silva. A noite encerrou com “O Vulcão”, leitura encenada por Jaime Rocha, seguida de conversa sobre poesia no teatro, e com a exibição do filme “Não Sou Nada”, de Edgar Pêra.

Além destas iniciativas não poderia deixar de se fazer menção à última conversa do dia, moderada por Carlos Queiroga. Ana Paula Tavares, Bruno Vieira Amaral, Filipa Leal, Pedro Rapoula e Sandro William Junqueira debateram o verso Há sempre qualquer coisa que está para acontecer, da música Inquietação, de José Mário Branco. Veja todas as fotos da Mesa 5 aqui.

Bruno Vieira Amaral contou estórias de presságios que nunca aconteceram, de sonhos que nunca se concretizaram e de famosas previsões falhadas, até porque “o mais importante nunca acontece ou só acontece quando menos se espera”. Filipa Leal leu um poema inédito que sublinhou como é “impossível encarar o tema desta mesa sem pensar em todos os que perdem a vida todos os dias” nas guerras que eclodem um pouco por todo o Mundo.

Pessimista assumido, Pedro Rapoula entende que pedir-lhe que fale sobre este tema “é atiçar a fogueira e empurrar para a queda”, pois “a expectativa é inimiga e, ao mesmo tempo, companheira absurda da razão”. Na sua intervenção, Sandro William Junqueira sublinhou que “a vida é um acumular de falhas, erros e dívidas” e Ana Paula Tavares lançou um pedido aos portugueses “para que não deixem o 25 de Abril acabar em março”, o que motivou uma ovação da plateia que encheu a sala principal do Cine-Teatro Garrett.

De modo a permitir que todos os cidadãos tenham acesso à programação do Correntes d’Escritas, em plenas condições de igualdade e de inclusão, esta edição contará com um intérprete de Língua Gestual Portuguesa em cada Mesa, resultante de uma parceria entre Município e a Associação de Surdos do Porto. Para os que não tiverem oportunidade de assistir presencialmente, os vídeos completos ficam disponíveis no canal do YouTube da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Acompanhe todas as notícias relativas à 25.ª edição do Correntes d’Escritas aqui e consulte o programa aqui. A entrada é livre.