O verso Minha Pátria À flor das águas, para onde vais?, do poema Trova do vento que passa, de Manuel Alegre, deu o mote para a primeira conversa de hoje, no Cine-Teatro Garrett. Com moderação de Raquel Patriarca, a Mesa 6 contou com o contributo de João Paulo Borges Coelho, Gonçalo M. Tavares, Álvaro Laborinho Lúcio e Fernando Cabrita.
A partir do jazz, João Paulo Borges Coelho sublinhou que “a Pátria é o argumento que acaba com todos os argumentos” e que a ideia de pátria tem “um acolhimento de certa forma difícil, a não ser que se refira ao mundo inteiro como pátria de toda a humanidade”. Recorrendo a testemunhos do passado, Gonçalo M. Tavares considerou que a “ideia de comunidade pode ser uma ideia simples, uma comunidade de empatia”, que se distinga de uma “ideia de grupos”.
Álvaro Laborinho Lúcio recordou os tempos em que nasceu a trova que intitulou esta mesa, enquanto estudante na Universidade de Coimbra. “Um verdadeiro hino à esperança e à resistência e um estímulo à ação”, este poema transformou-se num “verdadeiro lugar de encontro, que se transmite ao longo do tempo”, em prol de uma comunidade que se pretende com dimensão afetiva e empática.
A finalizar a conversa da Mesa 6, Fernando Cabrita descreveu-se como “um homem que pertence a uma geração que partilhou dois séculos: o Século XX que foi, para um jovem isolado numa pequena terra de província, de expectativa, pensamento, ação e de todas as liberdades; e um Século XXI, onde sentimos cada vez mais o impacto da proibição”.
O Cine-Teatro foi palco, igualmente para a apresentação de três novas obras inéditas: Amar em caso de emergência, de Vera dos Reis Valente; De Bestas e Aves, de Pilar Adón; O General que começou o 25 de Abril dois meses antes dos Capitães, de João Céu e Silva. Veja todas as fotos das iniciativas desta edição aqui.
De modo a permitir que todos os cidadãos tenham acesso à programação do Correntes d’Escritas, em plenas condições de igualdade e de inclusão, esta edição contará com um intérprete de Língua Gestual Portuguesa em cada Mesa, resultante de uma parceria entre Município e a Associação de Surdos do Porto. Para os que não tiverem oportunidade de assistir presencialmente, os vídeos completos ficam disponíveis no canal do YouTube da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Acompanhe todas as notícias relativas à 25.ª edição do Correntes d’Escritas aqui e consulte o programa aqui. A entrada é livre.