Para Francisco José Viegas não somos melhores cidadãos por lermos livros. “Há grandes leitores que são pessoas execráveis e com as quais eu não partilharia um almoço. O que faz de nós bons cidadãos são outras coisas”. O escritor compreende o que leva a maior parte da população portuguesa a não ler: “quem se levanta às 6h00, trabalha o dia inteiro, trata da casa e da família depois do expediente, talvez queira apenas sentar-se em frente ao sofá e ver televisão”. Para que, daqui a uma década ou duas, “não estejamos a escrever maus livros para más pessoas, é necessário que a escola pública invista na literatura clássica para que haja público”.

Minês Castanheira partilhou com o público o seu projeto – Bairro dos Livros – “uma cooperativa cultural que fornece serviços muito específicos para a cultura nas suas diversas vertentes, seja a comunicação, uma instalação artística ou a edição de livros, por exemplo”. A relação da poeta com a literatura começou na infância, “havia em casa uma relação muito natural com a leitura. Tinha livros por toda a casa. Só em adulta é que percebi a vantagem que isso é. Ainda não sabia como, mas intuía que os livros iriam fazer parte da minha vida”.

Enquanto Francisco José Viegas e Minês Castanheira partilhavam as suas histórias com os estelenses, Ivo Machado e Raquel Patriarca conversavam com o público na Junta Freguesia de Laúndos. Nesta edição, as Correntes Itinerantes levaram o brilho dos escritores que participaram no Correntes d’Escritas a Rates, Navais, Estela e Laúndos.

Consulte o Programa e acompanhe o 23.º Corrente d´Escritas no portal ou nas redes sociais da Câmara Municipal, onde poderá assistir à emissão em direto da edição deste ano, através do Facebook ou do Youtube