Coube a Isabel Lucas dar o pontapé de saída para o diálogo sobre este “anti-herói” de referência da Literatura portuguesa, que “existe, porque está nos livros e no imaginário de quem lê”.

Para a escritora e jornalista, Jaime Ramos “é um polícia banal, mas diferente à sua maneira. É um leitor que divaga e se deixa guiar pelos rostos literários da namorada”.

Relativamente ao personagem que ele próprio criou, Francisco José Viegas considerou que a descrição pode ser uma tarefa mais complicada para o autor que para o leitor. Para colorir esta ideia, contou uma pequena história bem-humorada sobre “uma senhora da assistência” que, certo dia, se levantou e lhe disse: “desculpe, mas o senhor só disse aldrabices”. Nesse dia, Francisco José Viegas percebeu que tinha construído “um personagem que não conheço”.

Questionado sobre “o que teria dito Jaime Ramos sobre a manchete de guerra que hoje nos acordou a todos?”, o condecorado autor explicou que “Jaime Ramos é uma pessoa simples. Para ele não existiria uma questão russa ou ucraniana, apenas uma questão de ética”.

O programa de eventos do grande festival literário continuou na Sala de Atos do Cine-Teatro Garrett com duas apresentações de livros. Às 17h30, Aurelino Costa, Carlos Quiroga, Francisco Duarte Mangas e Pedro Teixeira Neves apresentaram as obras Amónio, Cartas de Contrasta, Devocionário e O´Neillianas, respetivamente. Às 18h30, Cláudia Lucas Chéu apresentou o seu novo livro de poesia, Ode Triumphal à Cona.

Consulte o programa completo e acompanhe o 23.º Corrente d´Escritas no portal ou nas redes sociais da Câmara Municipal, onde poderá assistir à emissão em direto da edição deste ano, através do Facebook ou do Youtube